Luanda - Uma equipa técnica de fiscalização do Instituto Nacional de Defesa do Consumidor (INADEC) solicitou o encerramento urgente de sete casas de abate clandestino de gado detectadas sexta-feira no Rocha Pinto, em Luanda, a operarem de forma clandestina.

Fonte: Club-k.net
Isso mesmo foi dito à imprensa por Joana Tomás, porta-voz das equipas no INADEC que percorreram locais de abate implantados em Luanda, para orientar os operadores a introduzirem normas de higiene e segurança.

O encerramento vai ser concertado no quadro de um trabalho multissectorial entre os Ministérios da Agricultura e Florestas, Comércio e da Saúde, adiantou Joana Tomás, acrescentando que “as casas de abate do mercado do Rocha devem ser encerradas para que, depois de reconhecidas, prestem melhor serviço à população, conforme estabelece a Lei e as regras de higienização”.

A equipa constatou no terreno que as zonas de abate e de comercialização não estão separadas, não existem ganhos para afixar o animal para o abate, nem recipientes próprios para o transportar, como também não há valas de drenagem para o escoamento dos resíduos e o vestuário dos que lidam com o abate e a venda da carne é inapropriado.

Outras irregularidades são a exposição dos produtos ao ar livre e em materiais impróprios para venda, os compradores têm acesso à zona de abate e alguns desses locais não têm sistema de água potável.

“Com a ausência destes elementos, o produto final corre o risco de ser contaminado e pôr em risco a saúde dos consumidores”, alertou Joana Tomás, que anunciou um programa de reabilitação dos matadouros autorizados para melhorar a comercialização e higienização.

A porta-voz referia-se aos matadouros do Nsongo, do Funga (Mercado do 30), Sabadão (Funda) e Panguila, aos quais se deslocaram equipas do INADEC.

Segundo Joana Tomás, esses matadouros estão licenciados, mas, durante a acção, verificou-se que não observam as condições e regras de higienização necessárias para o exercício da actividade.

O matadouro do Mercado do 30 tem prevista a construção de mais cem lugares para abrigar as vendedoras que comercializam a carne, uma obra que o Jornal de Angola constatou que, enquanto está em curso, leva as vendedoras a usarem o quintal do matadouro, coberto de areia e sem condições de higiene.

No matadouro do Nsongo, a preocupação apresentada foi a da falta de água potável, que faz com que a limpeza do local seja feita com água de um furo artesiano com mais de cem metros de profundidade, o qual fornece água salobra, considerada por alguns operadores como a melhor para esse tipo de serviço.

Joana Tomás anunciou que essas deslocações vão ser repetidas para a monitorização da implementação do que foi decidido na sexta-feira. “Vamos continuar a trabalhar e fiscalizar para salvaguardar a vida da população”, garantiu Joana Tomas.