Luanda - O Juiz Presidente do Tribunal Supremo Angolano, Rui Ferreira, que tem sido nos últimos dias alvo de contestação pública, um pouco pelo País, essencialmente nas redes sociais, poderá terminar o seu mandato de sete anos, contrariamente ao que se pede a seu respeito, (auto demissão) fruto das notícias do seu alegado envolvimento em escândalos e o facto de, supostamente, continuar a ter ligações com o seu escritório, mesmo nas vestes de magistrado.

Fonte: Correio da Kianda

A polêmica que envolve o magistrado subiu de tom, recentemente, depois de Kito dos Santos, empresário angolano, ter denunciado a participação directa de Rui Ferreira, no processo judicial que determinou o encerramento da empresa “AROSFRAM” por suposta ligação ao apoio de actividade terrorista no médio oriente.



Ao que o Correio da Kianda apurou, a necessidade de auto demissão de Rui Ferreira chegou à cidade alta, considerando os níveis de contestação pública contra o mesmo e que, refere, poderá contribuir na retranca de investidores externos, pois, o sistema de justiça é fundamental no ambiente de negócio necessário na atração destes investidores.

Neste sentido, reforça a fonte, o Presidente da República, João Lourenço, na sua qualidade de mais alto magistrado da nação, terá recorrido ao influente jurista e membro sénior do MPLA, Carlos Feijó, para que intercedesse junto de Rui Ferreira, no sentido de o aconselhar a pedir demissão, em nome de uma “justiça justa”.

No entretanto, Feijó terá cumprido com o pedido de JLO, mas que, na ocasião, deixou escapar a ideia de que o conselho vinha do próprio Presidente da República. Dias depois, prossegue a fonte deste jornal, Rui Ferreira telefonou para Edeltrudes Costa a solicitar uma audiência de emergência ao chefe de Estado, o que ocorreu de imediato.

Durante esta referida audiência e depois de Rui Ferreira ter narrado a mensagem de Feijó em relação ao assunto, João Lourenço terá negado tudo que dissera ao Feijó e reafirmado a sua total confiança a ele, reforçando que contava com ele na missão do País, cimentando, desta feita, a intenção de se manter no cargo até ao fim do mandato que, como sabemos, está apenas nos seus primeiros dois anos, já que, é de sete anos a contar da data da sua nomeação.

Recorde-se que Rui Ferreira tem sido, também, alvo de uma outra contestação, movida pelo Partido UNITA, que considera a sua nomeação ilegal porquanto, argumente, Rui Ferreira, nunca ter sido magistrado de carreira, como recomenda a Constituição da República de Angola.

Ferreira foi nomeado por João Lourenço, através do Decreto Presidencial número 66/18 de 2 de Março, na sequência da formação do Governo e similares resultante das eleições gerais de 2017 que tornou João Lourenço, Presidente da República de Angola, sucedendo José Eduardo dos Santos que vinha dirigindo o País desde 1979, ano em que morreu o fundador da nação, Agostinho Neto.