Luanda - Quereria ter podido começar a escrever este texto, felicitando, exaltando e reconhecendo todos os feitos do Ex PR José Eduardo dos Santos, hoje, no dia do seu aniversário. Mas, parece que muito boa gente já o fez, em especial, aqui no Facebook. E, muito do que se escreveu e reconheceu serem os feitos deste Camarada, que um dia e durante cerca de 38 anos, governou o nosso país, seria de facto, má fé de minha parte e falta de urbanidade intelectual não os reconhecer também.

Fonte: Club-k.net


Havia um Jovem, que tinha grandes sonhos, e um destes sonhos era poder ajudar a sua família humilde, mudar a perspectiva económica e poder dar mais conforto aos seus familiares, ele tinha em seu pensamento, como instrumento para concretizar os seus sonhos a educação, a instrução e um ambiente sócio- económico favorável que lhe permitia alcançar os seus objectivos. Em 2012, concluiu o seu ensino médio, mas como era novo e sem experiência no mercado de trabalho, enquanto capacitava-se com algumas ferramentas como cursos profissionais, ele esperou até a 2014 para ter o seu primeiro emprego, quando, pelo seu esforço, dedicação e humildade, chegou a sua vez. Ele começou a trabalhar, em uma das subsidiárias da Sonangol, por contrato de cedência temporária. No final de 2014, o então PR Eduardo dos Santos, anunciou a crise económica que hoje viria a amordaçar as aspirações da esperança. E, com a crise, veio também a redução de salários que juntos no conceito resolveram deixar o pobre Jovem em estado de tensão, pois, ele foi um dos contemplados a sofrer cortes no salário. Mas, optimista que era o Jovem, afinal, ele confiava no seu Presidente, do mesmo modo que arquitectou a paz, o Jovem tinha esperança de que o seu Presidente tudo faria para tirar o país desta crise, tanto foi, que o Jovem estando mais calmo, aplaudiu a redução de salário, pensava ele que era uma estratégia gizada pelo seu Presidente, de modo que não seria necessário desempregar ninguém.


Foi daí que, o Jovem decidiu, mesmo no prenúncio da crise, entrar para uma Universidade e prosseguir com o seu sonho.


Os anos passavam, o circo apertava cada vez mais, pagar a formação e aguentar as adversidades que dela decorriam, ajudar no custeio de casa, satisfazer as suas necessidades, o aumento do preço dos bens da cesta básica...não constituíam entraves para desmotivar o bom rapaz na busca da concretização dos seus sonhos.


As ameaças de despedimento foram constantes, mas o Jovem cria que o seu Presidente conseguiria contornar a situação, pela sabedoria, experiência, bondade, honestidade e patriotismo que ele acreditava serem as qualidades do seu chefe da nação.

Chegou o dia menos esperado pelo Jovem, o dia em que ele foi chamado e galardoado com um aumento salarial, pelo seu desempenho profissional, foi- lhe dito que era injusto o que auferia como salário. E, passado alguns poucos meses, veio o aviso prévio sobre o fim de contrato sem a intenção de renovação. Na certeza de que alguma luz no fundo do túnel haveria de brilhar, não fez mais nada se não orar ao senhor deus. Nem com oração, o país estava

mergulhado num grande retrocesso levando o rapaz a retroceder também, o contrato expirou...no meio da sua caminhada rumo a concretização dos seus sonhos, o Jovem ficou sem emprego, vincado na Universidade, despesas corrente e outros desgastes psicológico.


O jovem desconformado, foi em busca das respostas, procurou saber a causa da crise, foi lhe informado que o preço do barril do petróleo baixou, a disponibilidade do dólar também e ainda a condição de sermos suspeitados de apoiarmos forças insurgentes, terrorismo e outros bláblás políticos que nos colocou na linha vermelha.


Mas, temos um Presidente, que nos governa há 34/35 anos na altura, com um histórico brilhante, é até considerado arquitecto da paz, quando deixar de ser o chefe da nação será condecorado com o título de Presidente emérito, acredito que ele foi argucioso em antever a crise, poderá nos tirar desta crise e devolver a esperança do seu povo, que são os seus filhos, pensou o rapaz.


Pra revolta do rapaz, ele descobriu que o seu líder não era aquele quadro brilhante que havia pintado com as tintas da confiança e admiração. Ele descobriu que o seu chefe, foi tão unificador como também facilitador sem controle, uniu a nação e facilitou o saque do país por uma minoria da sua conveniência.

Foi tão rigoroso como também cego, manteve o rigor na manutenção da paz mas preferiu fechar os olhos ao sofrimento do seu povo.


Foi tão Patriota como também intolerante, promoveu acções de patriotismo e também encarcerou o seu povo que exercia direitos de cidadania tipificados na lei, a isto ele lembrou os 15+2.

Foi tão daqui, quanto de lá, os priores hospitais fez aqui e o melhor fê-lo lá.

Foi tão rico aqui como também lá, desfilava do bom e do melhor aqui e acumulou riqueza lá.


Foi tão Presidente dos angolanos como também (des)Presidente para governar angola, agora que acabou, agora que usou, agora que se apoderou...se mandou.


Indagou o rapaz numa conversa: Não era a missão do PR Eduardo dos Santos conduzir de forma racional os destinos do país que ele arquitectou? Não era de sua competência tornar o ambiente económico favorável? Não era da sua responsabilidade traçar planos estratégico para desencorajar práticas de corrupção, nepotismo, comportamentos anti-patriótico?


Não era para o Ex PR Eduardo dos Santos descentralizar a economia dependente do petróleo, investir nos produtos do campo, melhorar o sistema de saúde e de ensino, servir a todos dando as mesmas oportunidades, tratando a todos por igual conforme manda a lei?


Alguém ainda disse durante a conversa: Xé, isso é muito para uma só pessoa. Rebateu o rapaz: E 38 anos de governo também não é muito para uma só pessoa?

Onde anda o rapaz?

Hoje, o rapaz, está aqui, escreveu essa carta para todos lerem, neste importante dia, em que alguém nascera para Governar Angola. Hoje o rapaz licenciou-se conforme as ondas do mar, os seus sonhos continuam em pé e ele mira em direcção a realização deles.

Mais não tenho a dizer. Se não, que, tenho bons motivos para sorrir e outros tantos para lagrimar!
Parabéns e Muito obrigado José Eduardo dos Santos.

Ladislau Silva

28.08.2019