Ao
Digno Procurador da República Junto do Sic/Bengo.

``Caxito´´

Assunto: Exposição

Eu Panzo Nunes Henriques, solteiro de 34 anos de idade, filho de Marques Henriques e de Rosa Nunes, natural do Púri, Província do Uíge. Funcionário do Ministério da Educação na Província do Bengo, colocado no Município do Dande e residente no Bairro do kingombe, Telefone nº 927499199/925044914.

Vem mui encarecidamente expor o seguinte:

Que no dia 01 de Setembro do presente ano, isto é, Sábado pelas 00h00, eu encontrava-me numa Festa realizada por alguns Jovens da Província, Com a designação de MATA-BICHO DOS CAMBAS, o mesmo acto estava defronte a Repartição Fiscal do Dande, estrutura unificada com o Banco BCI.

 

Digníssimo, a hora em que refiro-me eu havia recebido uma ligação do meu irmão, quando encontrava-me no interior do local da festa, e por razões do barulho da música que era tão alta, que não permitia-me ouvir o que o irmão falava, resolvi sair do interior do quintal procurando um local para uma conversa saudável. Infelizmente eu fui até, juntos a parede da Repartição Fiscal, isto é, do outro lado da rua, simultaneamente apareceu a minha traz uma agente da Polícia Nacional, mais conhecida de Filomena Prata, que de forma brutal logo começou a empurrar-me, porque encontro-me com uma garrafa aberta de cerveja que com ele vinha da festa.


Após tantos empurrões eu parei, e disse na agente da Polícia que não era necessário isso, eu já vou sair, achou ela esta a refilar com ela deu-me duas chapadas na cara. Após isso seu colega de nome Ti Noy, lá vinha a correr, sem perguntar logo fez-me uma queda, eu cai no chão começaram a me torturar com croniadas de armas, bicos da cara batendo-me em todas as partes do corpo, de seguida algemaram-me e levaram-me, local escuro por detrás do mesmo edifício já desmaiado, e receberam-me os meus meios: um telefone de marca Samsung Galaxy Note II, de cor branco, um fio de ouro, e cento e quarta e cinco mil kwanzas (145.000 kz) eu já desmaiado, onde muito menos de cinco minutos o patrulheiro da Polícia, quando compareceu, voltaram-me a torturar e levaram-me para as cela do Comando Municipal do Dande, onde passei toda a noite sangrando, sem nenhuma assistência médica.


Os detidos encontrados na cela, tanto pediam para levarem-me ao Hospital mas o Policial em serviço, não aceitou mesmo eu sagrando muito, mas nem com isso eles entenderam o clamor dos jovens nem o meu. Só quando eram 08h00, é que fui levado para o hospital por um patrulheiro, que lá me abandonou, sob cuidado dos médicos. Porque na altura a minha família não tinham conhecimento do assunto.

Em Anexo: As fotografias e prescrição médica.

Ciente da Justiça operada em Angola e de que o meu caso será prestado a máxima atenção pelo Digníssimo Procurador Geral na qualidade de fiscal da legalidade, peço com todo clamor a devida justiça.

Caxito aos, 03 de Setembro de 2019.

Por:
Panzo Nunes Henriques