Luanda - Mais de 40 anos de poder do MPLA deixaram os angolanos sem direitos, na pobreza e com fome, disse o activista “Gangsta” no programa “Angola Fala Só”.

Fonte: VOA

“São 43 anos em que foi negada a cidadania”, disse o activista.

 

“Em Angola não há cidadãos, há habitantes”, acrescentou.

 

O programa foi marcado por duras criticas aos actuais dirigentes do país embora “Gangsta” tenha reconhecido que no governo de João Lourenço há uma maior liberdade de expressão.

 

“Mas as pessoas não vivem de liberdade de expressão”, disse o activista para quem quem continua a haver uma “falta de projectos sociais que afectem o cidadão no prato, na educação, nos serviços de saúde”.

 

Interrogado por um ouvinte sobre as esperanças de mudança que o presidente João Lourenço tinha trazido ao país, “Gangsta” disse que em Angola “a esperança morreu de velha”.

 

Para o activista é contudo errado ver-se a situação política em termos da figura do presidente.

 

“Não é o presidente, é o MPLA”, disse recordando que “o MPLA tem 43 anos de poder e não consegue dar água aos angolanos ou educação de nível”.

 

“Gangsta” considerou durante o programa que se assiste em Angola a uma “pilhagem generalizada” mas que o aumento da pobreza está “a despertar as consciências” dos angolano.

 

“Os angolanos tiveram já 43 anos de paciência”, disse.

 

“Gansgta” criticou asperamente o MPLA e o primeiro presidente do país Agostinho Neto que acusou de violarem os acordos do Alvor para a independência, afirmando que o MPLA fez “uma declaração unilateral da independência”.

 

A guerra civil, disse, “foi o resultado da violação dos acordos do Alvor”, afirmou

 

Por outro lado, acusou o primeiro presidente de Angola de ser responsável pela morte de dezenas de milhar de angolanos após os acontecimentos de 27 de Maio.

 

“O estado totalitário nasceu no 27 de Maio”, disse.

 

“Gansgta” saudou “a coragem” do antigo primeiro ministro Lopo do Nascimento que recentemente pediu a abertura dos arquivos governamentais e do partido relacionados com esses acontecimentos.

 

“Gangasta” apoiou a ideia de uma comissão de reconciliação envolvendo todas as partes.

 

“A lavagem das almas tem que ser de todos”, disse.

 

Contudo fez notar que a Africa do Sul com a sua Comissão da Verdade e Reconciliação tinha uma vantagem sobre Angola

 

“A maturidades dos políticos sul africanos não existe em Angola”, afirmou.