Luanda - Desde que tomou posse como novo presidente da República de Angola , uma das marcas do novo presidente tem sido as constantes viagens , umas relevantes e louváveis , como os conselhos de ministros realizados nas diversas províncias do país , outras nem tanto assim, além serem dispendiosas . Ainda nos lembramos do vergonhoso Aluguer do Boeing Dreamliner com custo da viagem a rondar €320 milhões , segunda a imprensa Espanhola.

Fonte: Club-k.net

O Presidente João Lourenço tem que perceber , se ainda não percebeu, que governar é um acto que requer definir regras , requer definir prioridades , é necessário diferenciar actos necessários de actos urgentes, pois os recursos disponíveis não são ilimitados, principalmente num país como Angola onde a despesa pública é mais quantitativa do que qualitativa.



As deslocações do Presidente João Lourenço, quer sejam internas ou externas, envolvem recursos humanos que ascendem a meia centena e consequentemente somas financeiras astronômicas, a julgar pela falta de humildade e sensibilidade que caracteriza o governante Angolano.


Em quase todas as deslocações que faz, o presidente João Lourenço leva consigo quase todos ministros e mais alguma coisa. Muitos dos integrantes da caravana presidencial não acrescem nenhum valor a viagem , a julgar pelos objetivos destas deslocações . Por exemplo, na recente deslocação ao reino do Qatar , uma visita com um pendor meramente econômico , levou consigo o seu secretário para os assuntos constitucionais e eleitorais, Qatar nem sequer realiza eleições e rege-se pela lei islâmica !


E necessário que em cada deslocação o presidente solicite ao seu secretário econômico uma análise dos custo vs benefício da viagem, e em função dos objetivos pretendidos ( benefícios) definir os integrantes do executivo que devem acompanhá-lo, afinal estas deslocações são antecedidas de uma agenda de trabalho bem defendida , por isto, custa perceber porque razão o presidente leva consigo membros do seu executivo que não adicionam valor nenhum as deslocações .



O Presidente João Lourenço , devia cultivar o hábito de uma boa governação, isto é, as decisões devem ser antecedidas de um processo que consiste em : análise da informação > consulta > consertaçao > análise de informação > tomada de decisão , envolvendo os seus secretários na recolha e compilação de informações . Os secretários para as diversas esferas não podem ser meras figuras decorativas , o presidente deve recorrer a estes quadros para obter indicadores que sirvam de base a tomada de decisões.



Para cada evento , o presidente deve questionar-se se vale apena movimentar o monstruoso aparato presidencial ( embora seja mais reduzido do que o da velha senhora) ou se vale a pena enviar um representante valido que o possa representar de forma condigna. Por exemplo , o Ministro das relações exteriores , que por sinal, é um dos poucos Ministros que navega muito bem nos círculos da pasta que dirige .


Não se percebe como é que o presidente João Lourenço desloca-se para a província do Moxico em trabalho , de onde supostamente teria regressado com milhões de questões por resolver ,mas parte de lá para o Zimbabwe como se estivéssemos num governo unipessoal ! Que opção seria a mais econômica ? A deslocação do presidente da República ou de um representante válido ? Alguns podem dizer que tratou-se do funeral de um ex presidente da república , por isto fazia sentido que fosse o presidente a representar o país . Quantos presidentes da república não se dignaram a deslocar-se ao Zimbabwe ? Que benefício palpável traz para Angola este render de homenagem a um tirano , para justificar o dispêndio de somas financeiras dos contribuintes ? Haja racionalidade e bom senso, em Angola sofre-se muito para se realizar despesas evitáveis .....

Não é difícil perceber que o cidadão João Lourenço goste de viajar em jato privado , mas é difícil para o cidadão que passa fome perceber que o presidente gastará $16 milhões de dólares até Dezembro de 2019 ( 3 meses) em viagens ! O Presidente deve perceber que os recursos que despende em uma viagem , além de não serem pessoais , fazem muita falta a milhões de Angolanos , para os quais supostamente decidiu assumir a liderança do país .