Luanda - A direção da JMPLA queixa-se que o Bureau Político do partido, terá interferido nas suas escolhas ao impor o militante Domingos Betico Francisco para concorrer a liderança da organização no congresso marcado para o dia 10 de Outubro.
Fonte: Club-k.net
De acordo com as reclamações, a imposição de Domingos Betico Francisco como candidato contraria/viola os estatutos da JMPLA, e a DIRECTIVA N.º 19/SN/2019, que determina que para concorrer ao cargo de primeiro secretario nacional, o candidato deve ser membro do Comité Nacional deste órgão. Domingos Betico Francisco, recém eleito membro do Comitê Central não é membro do Secretariado Nacional. O seu cartão de militante do MPLA, é de 2011.
A sua candidatura é frequentemente mencionada como estando a ser impulsionada pela Vice-Presidente do MPLA, Luísa Pedro Francisco Damião.
No desagrado verificado no depoimento de responsáveis da JMPLA, há reclamações de que para além de imporem-lhes candidato, a direção do partido, neste caso o BP do MPLA, usurpou-lhes competências ao aprovar a candidatura dos candidatos. De acordo com os estatutos, as candidaturas devem ser aprovadas pela própria direção da JMPLA, e não pelo partido.
Para além de Domingos Betico Francisco, o congresso da JMPLA conta ainda com um outro candidato Crispiniano Vivaldino dos Santos, actual primeiro provincial secretario da ala juvenil, no Cunene.
A imposição de Domingos Betico Francisco faz com que o candidato Crispiniano Vivaldino dos Santos se torna o favorito da direção da JMPLA. Antes haviam outros nomes, como o de Afonso Belo Sanguvila, primeiro secretario provincial do Bié e o de Nádia Agostinho Borges da Conceição, a coordenadora do grupo de acompanhamento do secretariado nacional da JMPLA à província do Bengo. A direção do MPLA chumbou estes dois nomes deixando apenas o de Crispiniano dos Santos.
Segundo apurou o Club-K, a direção do MPLA tem estado a persuadir Crispiniano Vivaldino dos Santos a desistir da corrida invocando argumento de que face a sua idade, depois seria objectado para concorrer para um segundo mandato por imperativo de idade. O MPLA alega que fazia gosto de ver a JMPLA com um candidato a cumprir dois mandatos.
Domingos Betico Francisco, o favorito do Bureau Político conta com 28 anos de idade. O grande empecilho a sua volta é a contestação dos militantes que não lhe reconhecem algum vinculo a JMPLA, apesar de o seu progenitor, João Francisco “Muzuela Kidy” ter sido um jornalista do MPLA, já falecido, muito ligado a actual Vice-Presidente Luiía Damião.
Em 2016, Domingos Betico também jurista, participou num debate da sociedade civil conduzido com o jornalista Coque Mukuta na qual mostrava-se oposto a realização de eleições autárquicas em Angola, por que no seu ponto de vista, de então, “o País ainda não tem condições políticas, financeiras, e técnicas, para a implementação das autarquias locais. imagine senhor jornalista o município da Nharera a receber as autarquias, uma zona que do ponto de vista de desenvolvimento ainda falta muito, por isso é que digo, que para implementação das autarquias locais tem de ser de forma gradualista”.