Bié - Camalata Numa fez este anúncio num acto político de massas, decorrido na vila do Andulo, província do Bié, onde abriu a sua campanha como candidato à liderança da UNITA, no XIII Congresso a realizar-se de 13 a 15 de Novembro. Dirigindo-se a centenas de militantes e quadros que o acolheram efusivamente, Numa disse que após o fim da guerra, julga ser necessário transformar os milhares de ex-militares em cabos eleitorais para ajudar o partido a vencer as eleições gerais e governar o país, e dar ao povo uma vida mais digna.

Fonte: OPAIS

Ex-secretário-geral deste partido, durante o seu pronunciamento advogou a necessidade de se realizar o sonho projectado no Muangay em 1966 por altura da fundação da UNITA. “Muangay que é Angola chama por todos os patriotas para a realização do sonho da ‘Liberdade e Terra’, evocado por Holden Roberto, o sonho de ‘O mais importante é resolver os problemas do povo’, de Agostinho Neto, e o sonho de ‘primeiro o angolano, segundo o angolano e o angolano sempre’ de Jonas Savimbi”, afirmou Numa. Este conclave, que se realizará sob o signo “Patriotismo, Coesão e Cidadania”, Numa considerou- o como sendo o fim de uma etapa política no partido, para desencadear um novo ciclo que responsabilizará a próxima liderança em dar maior celeridade ao Movimento de Mudanças em Angola.


A nova liderança da UNITA, segundo Camalata Numa, terá a responsabilidade de colocar o partido nos lugares cimeiros nas eleições autárquicas e nas eleições gerais, em 2020 e 2022, respectivamente. “O objectivo é dar mais uma vez oportunidade ao nosso projecto de Muangay”, afirmou Camalata Numa, num discurso vivamente ovacionado pelos seus correligionários. Depois de destacar a importância do projecto do Muangay, o candidato à liderança da UNITA, que conta com apoio de figuras de proa do partido, disse ter chegado o momento de materializar o sonho de Muangay

Cuidar dos menos equipados

Caso ganhe, de entre os vários projectos que tem para a UNITA, este general reformado das Forças Armadas Angolanas (FAA), apontou melhorar a vida dos exmilitares, viúvas e órfãos. Camalata Numa deplorou o facto de muitos ex-militares das FALA e seus dependentes viverem em condições subhumanas e de mendicidade, e sem uma solução aparente para se inverter o quadro. “Não se pode continuar a viver nestas condições em que a maior parte está”, afirmou, para quem é urgente que o Governo trace políticas eficazes para se reverter este quadro, para todos os ex-militares, dos três exércitos que lutaram para a libertação de Angola.

Capacitação de quadros


No seu discurso, Camalata Numa disse ser necessária a capacitação dos quadros do partido para responderem às exigências do momento, tendo em conta os desafios que se tem pela frente. “Através da capacitação da UNITA na estruturação do instrumento da conquista e defesa do voto. Máquina que se deve transformar na locomotiva actual do partido, estruturada da base ao topo”, afirmou.
Buscar bênção a Savimbi


Depois do comício do Andulo, Numa e a sua comitiva foram ate à aldeia de Lopitanga, onde durante uma hora e 26 minutos, rendeu homenagem a Jonas Savimbi, presidente-fundador da UNITA, cujos restos mortais foram sepultados no dia 1 de Junho do ano em curso.


Numa, acompanhado pela esposa, depositou uma coroa de flores ao túmulo de Jonas Savimbi, o qual considerou como tendo sido o seu mestre na vida política e militar, razão pela qual esteve na Lopitanga, não só para render uma homenagem, mas também receber uma bênção do seu “orientador espiritual” para vencer o Congresso e tornar-se líder da UNITA. Emocionado, Camalata Numa não conteve as lágrimas e teve de parar por alguns instantes para voltar a falar para as pessoas que o aguardavam, apesar de não ter feito um discurso político, como aconteceu na vila do Andulo.