Luanda - O Advogado Waldemar Tadeu defende a necessidade de se ‘reformatar’ o Conselho Provincial da Ordem dos Advogados em Benguela, por via da dinamização da democraticidade interna, daí que se tenha lançado para o desafio de dirigir a instituição

Fonte: OPAIS

O advogado Waldemar Tadeu concorre ao cargo de Presidente do Conselho Provincial da Ordem dos Advogados, cujas eleições estão aprazadas para 22 de Novembro. Em entrevista a OPAÍS, o advogado aproveitou a oportunidade para lançar a sua agenda ‘reformista’ para os próximos 3 anos. De entre as linhas de força, com as quais pretende apresentar- se ao eleitorado no dia 4 de Novembro, destacam-se a instalação de um clima democrático e a necessidade de se criar um Fundo de Solidariedade, para assegurar protecção social aos associados. O também docente universitário esclarece que a sua candidatura foi motivada pela salvaguarda de interesses dos associados em Benguela, de modo a conferir dignidade à classe. Segundo realça, tal só será possível se ele estiver nos órgãos de decisão da Ordem.


“No fundo, aquilo que me motiva para concorrer é partilhar ideias naquilo que é a minha visão sobre a sindicância que se deve fazer em relação aos profissionais e desafiar a melhoria do exercício da nossa profissão”, esclarece. Para o advogado, a actual direcção cessante, encabeçada por Valdino Sima, não foi e nem é suficientemente aberta. Na sua perspectiva, há um déficit acen tuado de democracia interna. Entretanto, sectores há na advogacia em Benguela que acusam Waldemar Tadeu de não ter concluído a Licenciatura em Direito. Questionado por OPAÍS, o candidato diz não ser a primeira vez que é desafiado a fazer prova da sua idoneidade formativa. “Se não fosse licenciado, não estaria inscrito na Ordem dos Advogados e também não seria funcionário público, não teria a categoria que tenho”, esclarece. Nesta ordem, o advogado explica que as dúvidas provieram daqueles a quem chama de detractores.


De acordo com o antigo estudante da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa  (Portugal), enquanto estudante se tinha beneficiado de um programa de intercâmbio do “Erasmus”, que frequentou durante dois semestres no Brasil, nas Faculdades Integradas de Curitiva, no âmbito da mobilidade dos estudantes europeus. “Foi a primeira vez que um estrangeiro, por sinal até africano, beneficiou desse programa Erasmus, numa altura em que a Faculdade de Lisboa aderiu”, disse. Segundo sustenta, tendo sido uma situação nova, na altura gerou alguma polémica. “Quando retornei à Faculdade de Direito, da Clássica, nesse período, tinha aderido a um outro programa, que é o de Bolonha(Itália), que consistia, no essencial, na redução dos anos curriculares.


De 5 anos para 4”, disse. Todavia, a solução “administrativa” encontrada era de que devia fazer um mestrado e, como tinha créditos a mais no curso de licenciatura, estes seriam incorporados no mestrado. Actualmente, Waldemar Tadeu tem a licenciatura por via da integração curricular, subscrita pela Universidade Lusíada de Angola.


Uma fonte ligada à campanha de Waldemar Tadeu esclareceu que os seus detractores estariam a disseminar informações falsas como forma de ofuscar as ideias “reformistas” que ele traz para a Ordem, visando enfraquecê-lo. Saliente-se que duas listas concorrem para o cadeirão máximo do Conselho Provincial da Ordem dos Advogados em Benguela, sendo uma encabeçada pelo presidente-cessante, Valdino Sima, e a outra tem à testa Waldemar Tadeu.