Luanda - A Polícia suspeita que “pessoas endinheiradas” estejam envolvidas no tráfico de drogas no país, revelou, ontem, em Luanda, o director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do Ministério do Interior, numa acto de incineração de 856 quilos de cocaína, no aterro sanitário, no Mulenvos de Cima, em Viana.

Fonte: JA

O comissário Waldemar José, quando respondia a uma pergunta sobre se há ou não dirigentes políticos no tráfico de drogas, afirmou não haver e adiantou que existem suspeitas de envolvimento de “pessoas endinheiradas”.



Na incineração da cocaína, acto presenciado pelo segundo comandante-geral da Polícia Nacional, António Maria Sita, e por membros da Interpol no país, o comissário Waldemar José informou que a droga destruída foi apreendida no Aeroporto Internacional “4 de Fevereiro”, em Luanda, em portos e zonas fronteiriças.


O director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do Ministério do Interior acentuou que indivíduos, dos 16 aos 20 anos, são os que mais transportam dorga para o país, principalmente provenientes do Brasil.


“As pessoas para trazerem drogas usam vários modus operand”, frisou o comissário, que assegurou estarem “bem treinados” os especialistas do Serviço de Investigação Criminal (SIC), razão pela qual tem sido detectado cocaína escondida em forros de casacos e em garrafas de champanhe.


O responsável pelo Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do Ministério do Interior declarou que o combate à droga no país é um “trabalho árduo e que vai continuar a ser realizado todos os dias”.


O Serviço de Investigação Criminal, adiantou o comissário, vai continuar a trabalhar, em colaboração com os órgãos da Polícia Nacional, para impedir a entrada de drogas em Angola, um mal que “destruiu e continua a destruir muitos jovens”.


Para fazer prova de que iria ser incinerado cocaína e não outra coisa, o comissário Waldemar José convidou um dos jornalistas presentes a um tirar um pacote que continha a droga para a testagem, feita por um especialista em criminalística.


O teste provou que se tratava de cocaína, tendo a seguir começado o acto de incineração, durante o qual José Quinjila, da área de incineração do aterro sanitário, disse, não haver dúvidas porque tudo foi destruído, uma vez que a destruição foi feita a uma temperatura de 1200 graus.