Lisboa - O Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, está a mediar a ocorrência de um “Braço de ferro” entre o ministro das relações exteriores, Manuel Domingos Augusto e a representante permanente de Angola na Organização das Nações Unidas, Maria de Jesus dos Reis Ferreira que se assinala desde a nomeação desta última, no ano passado.  

Fonte: Club-k.net

Diplomata de carreira, Maria de Jesus dos Reis Ferreira é igualmente brigadeiro na reforma das Forças Armadas Angolanas, tendo, na década de 1980, trabalhado no Ministério da Defesa, onde trabalhou com o então coronel João Lourenço tornando-se desde então, ligada, ao agora casal presidencial. Em 2018, quando se deu as remodelações a nível da diplomacia, o Presidente da República tomou a iniciativa pessoal  de a indicar como  representante  do país na ONU, contrariando a uma sugestão do ministro Manuel Augusto que tencionava propor o nome  da ex-ministra da cultura, Carolina Cerqueira, para esta missão diplomática.


Desde a ocorrência desta nomeação que se  tem estado a  observar a  um clima de hostilidade por parte do MIREX, traduzido em sabotagem a volta do trabalho de Maria de Jesus dos Reis Ferreira. A representação de Angola na ONU, sugundo apurou o Club-K,  é tida como tendo herdado uma herança negativa de muitas dívidas, para além do patrimônio delapidado pelo anterior gestor. A situação tem se agudizando-se criando resolução dos problemas , agora agravados com a decisão do MIREX ao não mandar os duodécimos certos.


A actividade diplomática da representação de Angola na ONU rege-se com base nas Convenções de Viena, bem como a Convenção das Organizações Multilaterais. Em oposição a estas normas, foi constatado que em Setembro/Outubro último a embaixadora Maria de Jesus Ferreira viu-se confrontada como uma decisão ministerial em retirar-lhe poderes que lhe são inerentes, transferidos para o Embaixador Joaquim Espírito Santo que se encontra acreditado junto do Governo dos EUA, em Washington.


Agastada pela situação, durante a última visita do Presidente da República, João Lourenço a Nova Iorque, em finais de Setembro, a embaixadora Maria de Jesus dos Reis Ferreira reportou ao Chefe de Estado que estava a ter o seu trabalho “sabotado” pela direção do MIREX, pelo que foi sugerida a fazer uma exposição. Seguindo as orientações que lhe foi transmitida a embaixadora enviou mais tarde ao gabinete presidencial a sua exposição de quatro paginas explicando como a hostilização em curso estaria a prejudicar o funcionamento daquela representação diplomática junto as Nações Unidas.