Daniel Domingos Maluka indicado pela direcção central do seu partido presidiu a sessão de abertura do evento, cujo discurso recheado de duras críticas foi inteiramente dedicado ao que chamou de principal adversário(MPLA).

Domingos Maluka mostrou-se confiante que o seu Partido será o grande vencedor das segundas eleições legislativas da história de Angola.

«Vamos trabalhar para que em Setembro tenhamos a UNITA no poder e, em 2009, o mais velho Samakuva na Cidade Alta. Estamos aqui em representação da direcção central do processo eleitoral: o chamada estado-maior da campanha. Estamos a fazer as conferências para colocar no parlamento pessoas que têm no seu íntimo o cumprimento do programa do Muangai. Muitas pessoas dizem que a UNITA deveria trabalhar para retirar a maioria absoluta ao MPLA. Estas pessoas para nós estão enganadas. O nosso trabalho é para retirar o MPLA do poder. O nosso principal adversário e alguns sectores da sociedade dizem: a UNITA diz que vai governar mas não têm quadros. A UNITA vai utilizar na governação os quadros do país.», frisou Domingos Maluka.

Criticando uma vez mais a política de criação de comités de especialidades pelo MPLA, com o objectivo de congregar no seu seio o maior número de cientistas e quadros superiores, Maluka reparou que a maioria destes quadros do país estão aí por razões de necessidades materiais.

«Muitos estão aí porque não têm carro, não têm casa, dinheiro e não têm salário. Também dizem que a UNITA quando ascender ao poder vai correr com os quadros , com a Polícia, as FAA e com administração; é mentira. Em Setembro a UNITA ganha as eleições, todos os quadros se mantêm nos lugares e alguns vão ser promovidos. Os quadros devem trabalhar e serem promovidos pelo seu mérito e dedicação. É natural que nós vamos punir a corrupção e aqueles que roubam. Mas vamos trabalhar com todos os quadros sejam eles do MPLA; vamos trabalhar com todos, o que importa é a competência. A camisola política para nós fica atrás. Nós temos visto a cooperação chinesa traz pessoas que tapam os buracos, que puxam os cabos, isso para nós está errado. Vamos precisar quadros lá onde não existem. É onde vamos pedir para a cooperação.»

Um olhar crítico foi lançado também ao tipo de cooperação que as autoridades angolanas celebram com as várias entidades internacionais, ressaltando, pela importância e volume de capital empatado, a cooperação com a China que, no entender do político, está eivada de várias situações caricatas.

«Não é patriótico ir buscar pessoas estrangeiras quando nós temos angolanos que andam na zunga», lamentou o político.

No Namibe, a UNITA vai seleccionar os dez melhores quadros do partido para pré-candidatos a deputados pelo círculo nacional e quatro pelo provincial.

* EP
Fonte: VOA