Luanda – O Supremo Tribunal  Militar de Angola condenou nesta sexta feira (21), o general António José Maria, a três anos de prisão efectiva,  pelos crimes de extravio de documentos militares com caracter confidencial. Entretanto, este oficial general reformado foi absolvido do crime de “insubordinação militar, resistência a superior e de conduta indecorosa” pelo que a defesa prometeu recorrer da sentença.

Fonte: Club-k.net


O antigo Chefe do Serviço de Inteligência e Segurança Militar (SISM), de 79 anos de idade, que começou a ser julgado desde o passado dia 7 de Setembro do próximo mês, vai aguardar em prisão domiciliar pelo recurso.


O general António José Maria foi levado a barra da justiça pelo crime de “extravio de documentos, de aparelho ou objecto que contém informações de carácter militar, insubordinação, resistência a superior e de conduta indecorosa”.


A quando a sua exoneração da secreta militar, o mesmo recusou se a fazer passagem de pastas tendo levado a casa, documentos militares a pretexto de que estaria a salvaguardar segredos do antigo Presidente José Eduardo dos Santos.


Ao tempo do regime de José Eduardo dos Santos, o general Zé Maria era a entidade que convencia o antigo Presidente a não sair do poder. Amedrontava-lhe dizendo que opositores internos planeavam dar-lhe sucessivos golpes de Estado. Em 2005, junto com o general “Kopelipa” engendraram a prisão contra antigos directores do SIE atribuindo-lhes um fabricado crime de insubordinação militar.


O mais recente e notório excesso de Zé Maria, aconteceu em Junho de 2015, quando mobilizou o SIC para prender 15 jovens em Luanda que estavam a ler um livro sobre ditadura. O mesmo forjou uma falsa acusação de que os jovens queriam dar um golpe de Estado e assassinar o ex- Chefe de Estado. Para a fabricação desta acusação, o general contou com o apoio do antigo PGR, João Maria de Sousa e um Vice-PGR, Luciano Chaca causando sofrimento as famílias dos detidos.


Osvaldo Caholo, que fazia parte do grupo de jovens acusados de dar golpe de Estado, escreveu recentemente o episódio em que esteve perto de ser executado pelo SIC, a mando de Zé Maria, quando foi raptado, em casa, pelos agentes da instituição liderada pelo comandante Eugénio Alexandre. Já, em 2012, o SIC, e o SISM na pessoal do general Filomeno Peres "Filó", assassinaram, em Luanda, dois activistas, Isaías Cassule e Alves Kamulingue.