Luanda - Os 25 anos do Dia da Liberdade da África do Sul serão comemorados em Luanda com uma Semana Cultural Sul-africana que visa honrar a contribuição de Angola na luta para o fim do Regime do Apartheid.

Fonte: MIREX


A semana denominada “25 Anos de Democracia”, vai decorrer de 28 de Novembro a 7 de Dezembro e pretende mostrar a arte, o talento e a força da cultura dos dois países na promoção dos esforços de integração sociocultural, apoio para expansão do comércio de bens culturais e serviços.

 

Músicos como Thandiwa Mazwai e Busiswa da África do Sul, Totó, Toti Samed e Anabela Aya de Angola, vão actuar no segmento da música com a evocação de Mama África de Miriam Makeba e Libertation Struggle de Yvonne Chaka Chaka, temas que mobilizaram a humanidade para a luta contra o regime de segregação racial na “nação do arco-íris”.

 

Um total de cinco plataformas diferentes serão montadas para a exibição de dança, música, workshops e aulas de dança, colóquios, exposições de artes plásticas, moda e design, pintura mural, teatro e poesia. Os tocadores da marimba angolana também estarão em palco para mostrar a força da cultura tradicional angolana.

 

Durante a Semana da Liberdade, muralistas angolanos e sul-africanos vão desenvolver em conjunto uma distinta pintura mural na Avenida 21 de Janeiro ao Rocha Pinto que retrata os 25 anos da democracia e herança da liberdade na República da África do Sul. A organização do certame pretende contribuir para a implementação da Carta da União Africana para o renascimento do continente com base na Agenda 2063 que apela a emancipação total de África, o desenvolvimento e a união na diversidade cultural através das indústrias criativas e culturais.


Rota do Património da Liberdade A Semana da Liberdade, para além de juntar académicos angolanos e sul-africanos em colóquios sobre a contribuição de Angola na luta para o fim do Regime do Apartheid, vai apresentar a resistência, herança da liberdade e os avanços que o continente regista na sua emancipação.

 

Estão igualmente previstas a assinatura de memorandos e acordos entre a Fundação Agostinho Neto, o Mausoléu Agostinho Neto e o Museu da Batalha do Kuito Kuanavale com a Freedom Park Heritage (FPH) da África do Sul para troca de informações, acervos, formação e uma provável colocação do busto do primeiro presidente de Angola no FPH de Pretória. Na passada quarta-feira, 20/11, a embaixadora extraordinária e plenipotenciária de Angola na África do Sul, SE. Filomena Delgado, recebeu em audiência os senhores Ruphus e Rose Kubheka, do Ministério dos Desportos, Artes e Cultura para discutir a operacionalização do projecto que vai reforçar as relações bilaterais entre Angola e a África do Sul, promover a integração regional e compartilhar experiências, habilidades e conhecimentos.

 

As duas entidades concluíram que a celebração em Angola do Dia da Liberdade da África do Sul, através da realização da Semana Cultural de África, vai servir de veículo para implementar acordos culturais, promover a Diplomacia Cultural para uma agenda socioeconómica mais ampla dos dois governos, bem como criar relações mutuamente vantajosas e sustentáveis.


NOTA PARA EDITORES

Em 1948 é instaurado na África do Sul, o regime de apartheid, segregação racial.

 

Em 11/Fevereiro/1990, libertação de Nelson Mandela depois de 26 anos de prisão.

 

Em 27/Abril/1994, o país elege Nelson Mandela como presidente da República. 46664 foi o número de prisioneiro de Nelson Mandela, desde o início da sua detenção em 1964, até a sua libertação em 1990. É também o título dado a uma série de concertos organizados pela Fondation Nelson-Mandela para a luta contra a SIDA. Esse número ainda é usado como referência para homenagear o ex-prisioneiro Nelson Mandela, uma vítima do regime do apartheid. O que significa o Dia da Liberdade?

 

O dia marca o fim de mais de 300 anos de colonialismo, segregação e governo da minoria branca e o estabelecimento de um novo governo democrático liderado por Nelson Mandela, com um novo Estado e nova Constituição. Mandela foi a face da revolução sul-africana durante o apartheid, os negros representavam quase 80% dos sul-africanos, obrigados a viver em pouco mais de 10% das terras, mais secas e precárias da rica África do Sul. Os antigos lares nos bairros mais centrais foram obrigatoriamente trocados pelas townships, áreas precárias das cidades. Além disso, os negros só poderiam transitar com um passe (dompas), revogado em 1986. Os que não possuíam o documento estavam sujeitos à prisão imediata.


Serviços de Imprensa da Embaixada de Angola em Pretória, aos 21 de Novembro de 2019.