Lisboa - Paulo Ivanilson Cabral Borges, filho do ministro da Energia e Águas de Angola, João Baptista Borges, é citado em meios competentes como tendo gasto € 1.250.000,00 (um milhão duzentos e cinquenta mil euros) para compra de um apartamento luxuoso na zona nobre de Cascais, arredores de Lisboa, Portugal.

Fonte: Club-k.net

JOVEM RECEM FORMADO  CRIA EMBARAÇOS AO PAI 

A compra do imóvel (localizado no edifício Scala Cascais) foi concretizada no passado dia 16 de Setembro de 2019 sendo que no acto da assinatura de compra e venda, o jovem Paulo Borges esteve representado por um primo Ricardo Dias Borges, também conhecido como “testa de ferro” do seu pai, João Baptista Borges nos negócios com parceiros do sector da energia.

 

Licenciado em engenharia informática pela Universidade Católica de Lisboa, Paulo Ivanilson Cabral Borges detém desde 2015, um Mestrado em Engenharia de Telecomunicações e Informática pelo Instituto Superior Técnico de Portugal.

 

Apesar de serem desconhecidas a origem dos seus rendimentos, Paulo Ivanilson Cabral Borges e um outro irmão Fábio Jorge Cabral Borges, ambos detentores de nacionalidade portuguesa foram citados pelo portal “Negócios e Dinheiro”, na Lista dos Portugueses Envolvidos nos Papéis do Panamá. Em Junho passado, conforme documentação em posse do Club-K, Paulo Borges abriu a empresa “SENTADAS - SERVIÇOS DE HOTELARIA, LDA”, na Rua Augusto Marques Raso, 3 5ºA, em Loures, Portugal.

 

“O nome do filho do ministro surge mencionado como accionista de uma empresa denominada Valoris International Services and Consulting Limited, criada em 2013, e registada nas Ilhas Virgens Britânicas e morada na rua Marien Ngouabi, n.º 65, 5.º A, Maianga, Luanda e de outra empresa chamada Mundideias-Consultant and Projects, Limited, criada em 2014, acantonada nas Seicheles e com morada na Cova da Piedade, Almada, Portugal. É nítido que em 2013/2014, enquanto estudava em Portugal, o filho do ministro andava empenhado em estabelecer companhias offshore.”, lê-se num ‘assessement’ que o Club-K teve acesso, em que é questionado a origem dos rendimentos de Paulo Ivanilson Cabral Borges.

 

João Baptista Borges, o pai de Paulo Ivanilson Cabral Borges dirige o ministério da Energia e Águas desde o tempo do Presidente José Eduardo dos Santos. É frequentemente citado como tendo no palácio presidencial, um aliado Edeltrudes Maurício Fernandes Gaspar da Costa, o director do gabinete do Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço.

 

Nos últimos meses o nome do ministro João Baptista Borges tem sido associado em escândalos de ausência de transparência. Em Maio passado, o governante viu o seu nome colado ao de um sobrinho que estaria envolvido num negócio de garimpo de água vulgo “girafa”. Em reação, o ministro desmarcou-se das ligações esclarecendo que não interfere na concessão da licença de distribuição de água, sendo esta um acto de gestão da exclusiva competência da EPAL.

 

“A tentativa de se usar a minha proximidade familiar com um dos detentores desta licença para fundamentar a acusação não faz qualquer sentido e muito menos pode justificar o uso abusivo do meu bom nome por terceiros, numa atitude que só pode merecer a minha mais vigorosa condenação”, lê-se na resposta de então do governante.

 

Meses depois, o nome do ministro voltou a fazer manchetes na media privada concretamente, no Jornal “A República” que o apresentava como tendo recebido propinas por parte de empresas privadas com realce a chinesa CMEC.

 

Entre várias acusações que circularam contra o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, uma faz referência a uma transferência de 16 milhões de dólares do Ciclo Combinado do Soyo para uma empresa supostamente falida com sede no Funchal.


Documentos expostos pelo Jornal “A Republica”, nas últimas semanas, reportam, entre outros, o suposto pagamento de mais de 16 milhões de dólares pela China Machinery Engineering Corporation (CMEC) à empresa Boxinvest Lda. Dinheiro alegadamente parte do financiamento do ‘ciclo combinado’, já em funcionamento no Soyo, avaliado em pouco mais de 900 milhões de dólares.

 

Em reação, o Ministério da Energia e Águas (Minea) alegou, na última semana de Outubro que estavam a ser vitimas de “uma campanha caluniosa contra o departamento ministerial, “que surge na sequência da rescisão de vários contratos celebradas com empresas privadas”.

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