Luanda - Quinze projectos ligados aos sectores da construção, rducação e saúde na província angolana de Cabinda podem ser excluídos do Orçamento Geral de Estado (OGE) do ano 2020 pelo facto de terem sido já executados.

*José Manuel
Fonte: VOA

Avaliados em mais de dois mil milhões de kwanzas, o OGE para a província contemplava obras concluídas há mais de dois anos como a sala de conferências de Simulambuco, o edifício da Delegação Provincial da Justiça e Direitos Humanos, a pavimentação da via Amílcar Cabral/antigo mercado do Gika, e a recuperação e apetrechamento do centro de saúde do Chiweca, entre outros.

 

Este facto foi detectado pelos deputados do círculo eleitoral de Cabinda, que apresentaram a preocupação na segunda-feira, 2, durante o encontro de trabalho da Comissão de Economia e Finanças da Assembleia Nacional e os governadores provinciais, no âmbito da discussão e aprovação do Orçamento Geral do Estado para 2020.

 

Para o deputado Raul Tati, da UNITA, "o OGE não passa de um instrumento de corrupção em Angola".

 

"O OGE tem sido o principal instrumento de corrupção em Angola na medida em que é um grande sorvedor de dinheiros que vão parar nos bolsos daqueles que têm estado a desviar os dinheiros públicos", disse Tati.

 

“Não é uma coisa nova que foi identificada agora. Mesmo no orçamento de 2018, o primeiro orçamento dessa legislatura já tínhamos identificado algumas rubricas de alguma maneira caricatas, como a questão de construção e manutenção de infraestruturas ferroviárias em Cabinda”, acrescenta o parlamentar, para quem "os titulares dos poderes públicos continuam com a opacidade de enganar o povo".

 

As reacções da população não tardaram e alguns cidadãos consideram que a situação de Cabinda é deplorante e requer a atenção de quem governa.

 

"O Governo deve olhar com muita atenção para a província de Cabinda. Acho que somos constantemente excluídos nos programas do pais, basta ver que todas as províncias tiveram centralidades e Cabinda não”, disse um cidadão.