Luanda - O Movimento Independentista de Cabinda (MIC) viu abortada a manifestação prevista para esta terça-feira, 10, na qual pretendia pedir ao Governo um referendo sobre a independência da província depois de a polícia ter reforçado a segurança em toda a cidade.

Fonte: VOA

Activistas denunciaram um “cerco a várias casas” de conhecidos membros do Movimento desde a noite de ontem.

 

A Amnistia Internacional (AI) denunciou a prisão de activistas e cerco à casa do advogado Arão Tempo.

 

O MIC reiterou, no entanto, que vai marcar mais manifestações para chamar a atenção do Governo e da comunidade internacional sobre a situação de Cabinda.

 

A AI, entretanto, emitiu um comunicado em que denuncia “o uso violento e excessivo da força pelas forças de segurança do Estado para acabar com uma marcha pacífica pela independência na província de Cabinda e com a prisão de dezenas de manifestantes e seus líderes”.

 

A nota assinada pelo director regional da Amnistia Internacional para a África Austral, Deprose Muchena, acrescenta que “o forte destacamento de pessoal de segurança armado com cassetetes e armas - e o subsequente uso excessivo da força contra manifestantes pacíficos para impedir o protesto - é mais uma indicação de que as autoridades não estão preparadas para tolerar discordâncias”.

 

No dia conhecido como dos Direitos Humanos, aquela organização internacional acrescenta que “o uso de táticas ilegais e intimidadoras para suprimir um protesto pacífico desvaloriza totalmente os direitos à liberdade de expressão e reunião pacífica”.

 

A AI exige que “os presos sejam libertados imediata e incondicionalmente” porque os cidadãos devem ter “liberdade para para exercer livremente seus direitos humanos”.

 

Entre os activistas que tiveram a casa cercada, segundo aquela organização de defesa dos direitos humanos, está o conhecido activista e advogado Arão Tempo.

 

As autoridades da província alegam que, ao contrário do que diz a legislação, os promotores da manifestação não comunicaram a tempo a iniciativa.