Luanda - Vários jornais privados angolanos, entre os quais 'A República', 'Hora H', 'O Crime', 'Manchete', entre outros, estão impedidos de imprimir nas habituais gráficas em Angola, porque existe um grupo de indivíduos não identificados que realizaram vários pagamentos a gráficas, para que as mesmas deixem de imprimir as suas edições.

* Carlos André
Fonte: Club-k.net

Esta situação decorre há mais de 15 dias, quando estes respectivos jornais denunciavam vários actos de corrupção e má gestão da coisa pública em que estão implicados vários membros do Governo, do actual Presidente da República, João Manuel Lourenço.


Sabe-se que algumas gráficas que deixaram de imprimir os tais jornais, evocam a falta de chapas, já outras - tendo em conta a crise cambial - aumentaram os preços das impressões. Por exemplo, actualmente o preço de 2.500 exemplares está avaliado em dois milhões de kwanzas.

 

A gráfica mais recorrida pelos proprietários dos jornais privados, pertence a um cidadão chinês, localizada no Quilómetro 25, junto à Zona Económica, que tinha por hábito prestar serviços de impressão de jornais a preços acessíveis, em comparação com as gráficas em que os proprietários são angolanos e portugueses que, de facto, são muito mais caras, em tese de comparação com a gráfica chinesa, sendo esta muito mais barata até a data da última impressão e, consequentemente, da discórdia relativamente aos factos argumentados.


Ou seja, repentinamente, subiu os preços da impressão dos jornais para mais de 30% do valor, tendo reduzido o número de exemplares pelo valor do preço, alegando o aumento do Imposto sobre o Valor Acrescentado de 14%, e a importação de papel a partir da China.


Ainda assim, passados três semanas, mudaram de justificação, alegando avaria das máquinas, numa primeira abordagem, os mesmos defendiam que a dita peça avariada viria da China, mas, actualmente, dizem que continuam a trabalhar, a fim de ser solucionada a avaria. Por outro lado, investigações realizadas pelos jornalistas dos respectivos jornais impedidos de imprimir, asseveram que indivíduos afectos ao actual regime angolano estão por detrás desta “amordaça” no que concerne à Liberdade de Imprensa.

 

Em função desta situação, vários ardinas estão impedidos de ganhar o seu pão do dia-a dia, com a venda dos jornais, em virtude desta macabra situação, sendo que a distribuição e a venda de jornais tem ajudado várias famílias, directa e indirectamente, sem previsão de retoma. Porém, tudo indica, que esta situação há-de se manter por muito tempo, visto que existem no mercado angolano, poucas gráficas que não estejam ligadas, directa ou indirectamente, com indivíduos vinculados ao partido no poder, uma vez que várias notícias publicadas pelos respectivos órgãos de imprensa, põem em causa a má gestão dos referidos indivíduos.