Luanda - O Reverendo Pastor da igreja, “Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo (Simão Toco)” -coincidência nos nomes ou não-, mas, o acusado responde por, Simão Zola, que está ser acusado por uma família herdeira, de “suposta” falsificação de documentos para usurpação de um imóvel comercial, onde este é inquilino há 30 anos, localizado no bairro Nelito Soares, Distrito do Rangel, província de Luanda. O litígio entre as partes dura cerca de 28 anos, sem fim à vista. Apurou o Club-K Angola.

Fonte: Club-k.net
Segundo um dos filhos herdeiro, Pandita da Silva Faria, à frente do processo litigioso, Simão Zola, também, suposto “professor de Teologia do Instituto Superior Politécnico Tocoísta”, em Luanda, é acusado de falsificador de documentos, tráfico de influências, má fé e usurpador, desde 1991. Neste ano em que faleceu Ângelo da Costa Faria (Cavulandungui), legítimo proprietário da residência número 621, na rua do Fundão, o acusado já era inquilino, “de boa convivência”, de um dos anexo no quintal à residência do malogrado, desde 1989.

A fonte familiar recorda que meses depois das “exéquias” do patriarca da família Faria, (Cavulandungui), em 1991, o agora pastor e docente universitário (Tocoísta) apresentara à família, ainda de memória enlutada, documentos datados de 1989 “presumivelmente viciados” com assinaturas forjadas do falecido para simular de que o então proprietário da residência, Ângelo Faria, tinha-lhe cedido o referido anexo frontal à residência a título definitivo, em que o mesmo, Zola, era tido como arrendatário.

Por seu turno, os filhos mais velhos, sob testemunha da viúva, em vida, disseram ao Club-K, “o legítimo proprietário Ângela Faria, até a sua morte por afogamento no Rio Bengo, não teria deixado qualquer documento formal reconhecido pelo Estado, nem se quer declarações verbais que comprovassem a cedência irrevogável ou de outra natureza sobre os anexos, a favor de qualquer inquilino”. O que para toda família herdeira, os documentos ora apresentados por Simão Zola são, presumivelmente, “falsos”.

“Já fomos buscar até os documentos da igreja onde o nosso pai tem assinaturas, inclusive de registo dos filhos mais velhos para confrontar com os documentos que o senhor Zola apresenta, mas não corresponde com as assinaturas das simples declarações que ele alega terem sido passadas pelo falecido. Ele falsificou assinatura do nosso pai. Conseguimos provar isso junto da administração do Rangel e do SIC”, esclareceu Pandita Faria, um dos filhos.

De lá para cá, soube o Club-K com base nos documentos em posse, já passam 28 anos de um litígio sem fim à vista, enquanto a viúva de (Cavulandungui), Mariana Gabriela Massano da Silva, e outros herdeiros continuam a viver “precariamente” na mesma residência há mais de 40 anos numa situação de vida “lastimável”.

Desde muitos anos transformado em armazém, o anexo no quintal da casa rende ao bolso do “pastor” cerca de sete milhões de Kwanzas de três em três anos, em regime de contrato renovável, subarrendado a estrangeiros a quem Zola fez-se passar como legítimo dono do imóvel, sem qualquer anuência e direito dos herdeiros que partilham a mesma entrada para o acesso à residência e ao mesmo estabelecimento.

De acordo com as últimas denúncias, constatadas pelo “CK”, os inquilinos estrangeiros a quem o acusado pastor havia subarrendando o armazém abandonaram o estabelecimento sábado último, 7, alegando-se “não compactuarem com princípios conflituosos sobre um estabelecimento em que não se conhece o legítimo proprietário, sob pena de terem sido coagidos pela justiça angolana, em final de sentença. Para dar suposta legitimidade a seu favor, Simão Zola “comprou parte da mercadoria dos seus antigos inquilinos para manter o armazém aparentemente funcional”.

Pastor goza de influências

Ainda de acordo com a mesma fonte, a família suspeita de que Simão Zola goze de muitas influências, uma vez que o assunto foi denunciado e já é de domínio dos Serviços de Investigação Criminal (SIC), Luanda, e do administrador do Distrito do Rangel, Francisco Naval, ainda assim, no princípio do ano de 2018, Simão Zola moveu uma equipa da “área técnica e urbanismo da administração do Rangel, chefiada por Alexandre Neto, no intuito de se fazer o levantamento técnico para croquis de localização e legalizar o imóvel em seu nome.

Neste mesmo período, acrescenta a fonte, Simão Zola e os arquitetos da administração teriam sido expulsos pela família herdeira, numa segunda tentativa de Zola tentar fazer levantamentos de dados para legalizar em seu nome o armazém apropriado que ainda se encontra em nome de Ângelo Faria. E, como se não bastasse, alega a fonte, o mesmo , suposto usurpador, tentou anexar ao armazém um outro compartimento alegando que tinha sido igualmente negociado com o malogrado, há mais de duas décadas.

“O senhor Zola está protegido porque isso não é normal. Conseguimos provar aos órgãos de justiça que o pastor é um burlador. O pior é que todos processos quer no sic como na administração estão todos parados a favor do Simão Zola, quando está tudo provado que ele é ilegítimo neste processo”, lamentou o herdeiro.

Igreja demarca de seu membro

A igreja “Simão Toco” de que é membro o acusado Reverendo Pastor, Simão Zola, com cargos eclesiástico superior, demarca-se do caso através de um manifesto, em posse do Club-K, emitido pelo “Episcopado Secretariado Executivo Central” assinado por três “anciãos conselheiros” despachado pelo “Secretário Executivo Central Interno”, Reverendo Pastor Sebastião Nluta, sob N/Refª 085/SEC/0019, em resposta à uma petição enviada pela família herdeira para denunciar o pastor Zola junto do “Inspector geral da congregação Tocoísta”, Bispo auxiliar, Simão Fernando Quibeta.

“Ao nosso irmão Reverendo Pastor Simão Zola, identificado na referida exposição, porém, na sua condição de cidadão civil, não se tratando, por isso, qualquer caso que engaje a igreja. Porque assim e em virtude de terem já remetido o caso aos órgãos de justiça, a Igreja declina qualquer intervenção, pelo que deverão aguardar pela decisão final do tribunal”. O Club-K cita parte do documento do “Episcopado Secretariado Executivo Central”, da igreja Simão Toco.

O portal Club-K Angola procurou por todas as vias possíveis falar com o acusado, mas sem sucesso.