Lisboa - O português é o homem-forte de Isabel dos Santos e lidera desde 2006 as empresas e investimentos da empresária angolana.

Fonte: SOL

O processo de arresto das contas bancárias e dos bens de Isabel dos Santos fez regressar o gestor Mário Leite Silva ao epicentro mediático – de onde sempre fez questão de se manter afastado.

 

Porque Mário Leite Silva é um dos três nomes visados no despacho do Tribunal Providencial de Luanda, juntamente com Isabel dos Santos e o seu marido, o também empresário Sindika Dokolo.

 

É ele quem, desde 2006, Isabel dos Santos escolheu como responsável pelos seus negócios e investimentos em Portugal e não só. Mas, ao que o SOL apurou, Mário Leite Silva exerce no grupo de Isabel dos Santos as mesmas funções que exerceu no grupo de Américo Amorim, não detendo qualquer participação acionista nem sendo beneficiário de nenhuma das sociedades abrangidas pela decisão do Tribunal Provincial de Luanda.

 

Natural do Porto, Mário Filipe Moreira Leite da Silva, de 45 anos, é licenciado em economia pela Faculdade de Economia do Porto, foi analista de crédito do Banco Nacional de Crédito, gestor de equipa de auditoria na Price Waterhouse e diretor financeiro da Grundig Portugal.

 

Em 1999, ingressou no Grupo Amorim, onde exerceu cargos de direção em várias empresas do grupo, protagonizando uma série de transações de relevo nos setores de óleo e gás, da banca, da indústria e do imobiliário.

 

O seu percurso – e reconhecida competência – chamou a atenção da organização de Isabel dos Santos, que o identificou e recrutou em 2006, com o objetivo de lhe entregar a liderança dos seus negócios em Portugal, numa fase de importantes investimentos.

 

Mário Leite Silva apareceu sob os holofotes mediáticos, pela primeira vez, em 2012, aquando do acordo que culminou na fusão entre a ZON e a Optimus, dando origem à NOS. Na prática, foi o gestor português quem liderou, com descrição e eficiência, as negociações com a Sonae. Mais tarde, enquanto administrador da Santoro, assumiu publicamente a intenção de Isabel dos Santos de avançar com a tentativa de fusão entre o BPI e o Millennium BCP, na qualidade de acionista do BPI. À época, anunciava querer «criar o maior banco privado português». A operação, porém, não chegou a bom porto, travada pelos outros acionistas do BPI.

 

Em 2018, tornou-se membro do conselho geral e de supervisão da Porto Business School, instituição onde leciona.

 

Atualmente, é presidente dos conselhos de administração da Efacec e do Banco de Fomento de Angola, ocupando ainda cargos não executivos nos conselhos de administração de várias sociedades e empresas em que Isabel dos Santos tem participações, como a NOS, a Esperanza BV, a Nova Cimangola, a ZAP ou banco EuroBic.