Lisboa - O ex-Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, desejou sucessos ao atual Presidente, João Lourenço, e a todos os dirigentes e militantes do partido (MPLA), numa mensagem ao país de novo ano.

Fonte: Lusa

“Somos uma grande nação. O que nos une será sempre mais forte do que [o que] nos separa, porque quaisquer que sejam as ideias que defendemos, todos temos Angola no coração”, diz José Eduardo dos Santos na mensagem, que foi este domingo divulgada na página da rede social Facebook da filha, Isabel dos Santos.


José Eduardo dos Santos começa por dizer que razões independentes da sua vontade o mantiveram longe do país nos últimos meses, mas que mesmo à distância compartilha os “sofrimentos” e “esperanças” dos angolanos, e acrescenta que “como militante engajado” e “com sentido de compromisso” deseja sucessos a João Lourenço, a todos os membros do Bureau Político e do Comité Central e aos militantes do partido.


“Na conjuntura económica e social específica que o país atravessa, sei que não há nada mais difícil do que liderar uma nação que enfrenta adversidades”, diz também na mensagem, na qual acrescenta: “Unidos, sempre superamos todos os desafios. Do mesmo modo que juntos conquistamos a paz, venceremos a aposta da prosperidade económica e do bem-estar dos angolanos, na unidade, no diálogo e no respeito mútuo”.

 

A mensagem de José Eduardo dos Santos surge dias depois de o Tribunal Provincial de Luanda decretar recentemente o arresto preventivo de contas bancárias pessoais de Isabel dos Santos, do marido, Sindika Dokolo, e do português Mário da Silva, além de nove empresas nas quais a filha do antigo Presidente detém participações sociais.


Isabel dos Santos detém participações em Portugal em setores como a energia (Galp e Efacec), telecomunicações (NOS) ou banca (EuroBic).

A decisão do Tribunal também referia o papel crucial desempenhado por José Eduardo dos Santos no negócio de diamantes da filha e seu marido, Sindaka Dokolo. No despacho-sentença, é dito que em audiência de produção de prova, ouvidas as testemunhas, resultou provado, entre outros factos, que, em agosto de 2010, o executivo angolano, chefiado por José Eduardo dos Santos decidiu comercializar diamantes angolanos no exterior do país.

 

Na altura, Isabel dos Santos disse que a decisão tinha sido motivada por razões políticas, que não tinha sido ouvida e que o pai se tinha revelado preocupado mas que tinha garantido: “A luta continua”.