Luanda - Exmo Senhores Procurador Geral da República, Dr Hélder Fernando Pitta Gróz, como se sabe foi noticiado na imprensa estão a ser realizadas diligências respeitantes aos negócios do Ministro da Energia e Águas que apanharam a família Borges, em especial o sobrinho Ricardo Dias Borges e um familiar deputado de MPLA, com interesses no Brasil e no Dubai.

Fonte: Club-k.net

O sobrinho identificado nas noticias como Ricardo Dias Borges, é engenheiro civil angolano de 37 anos que há cerca de 4 anos foi trabalhar para uma empresa do sector da energia e transportes, a Aenergia.

 

Nessa altura tinha como responsabilidade coordenar o departamento de transportes da empresa, ocupando-se posteriormente do desenvolvimento do negócio da venda das 100 locomotivas da marca General Electric ao Ministério dos Transportes.

 

Pouco tempo depois de iniciar funções na Aenergy, constituiu em 23 de Março de 2016 uma sociedade a Plurienergia - Sociedade Unipessoal (SU) Limitada, em que era sócio, gerente e único trabalhador, tendo morada na residência habitual do Ministro da Energia João Baptista Borges. O sector de actividade da Plurienergia é a prestação de serviços de consultoria, assistência técnica e comercialização na área da engenharia, electricidade, construção civil e obras públicas. Uma actividade directamente ligada ao ministério da Energia e dependente da influência do tio.

 

Aos poucos começou a fazer notar na empresa a insatisfação do sobrinho do Ministro por estar ligado à área dos transportes, pretendendo mudar para a da energia, de modo a poder potenciar os interesses financeiros pessoais e familiares devido à facilidade com que se movimenta nos corredores do Ministério da Energia e das superiores orientações do tio.

 

Começando a fazer exigências e a solicitar contrapartidas financeiras à administração da empresa que não foram bem recebidas e que causaram bastante desconforto na empresa, levando ao seu despedimento em Junho de 2017. De modo a desacreditar publicamente a antiga entidade empregadora e a vingar-se pelo seu despedimento, foram revelados pelas nossas fontes fortes indícios que promoveu a fuga de informações privilegiadas sobre a Aenergia que nos últimos meses têm aparecido na comunicação social, pagando a sua divulgação. Estas informações confidenciais foram manipuladas e adulteradas por Ricardo Borges antes de serem divulgadas para terem um maior impacto na opinião pública.

 

Foi inclusivamente descoberto recentemente que Ricardo Borges aliciou e pagou a uma ex-colega na empresa, Mirian Leon Santos e ao marido desta Pedro Santos (Coordenador Comercial do Banco Económico), para lhe enviarem informação confidencial da Aenergia, vigiando as iniciativas que a empresa poderia ter contra o Ministério da Energia e Águas por causa da rescisão dos contratos.

 

No seguimento das investigação do lava jacto no Brasil, relacionada também com a Odebrecht, a polícia francesa descobriu que o Ministro Borges, através de familiares (sobrinho, primo e outros) celebrou vários contratos fantasma em representação da Plurienergia, entre outros com a Ambergol - Ambiente e Energias de Angola Limitada, detida pelo grupo francês Eiffage, China Machinery Engineering Corporation (CMEC), Hongkong Yonda, Quantigest – Consultoria, S.A., Tehnounion-Exim e Sinohydro, que permitiram o escoamento e aplicação das comissões ilegais cobradas pelo tio pela contratação dessas empresas em vários projectos ligados à energia e águas, totalizando de forma comprovada mais de 50 milhões de dólares, com estas empresas em 2 anos.


Nas investigações à empresa EIFFAGE, dona da Ambergol, foram detectados o pagamento de centenas de milhares de dólares em Portugal no Banco BPI a empresas associadas ao Ministro João Baptista Borges e seus familiares (a desenvolver brevemente), estando a esperando-se conclusão do processo para o início do próximo ano.

 

As várias empresas da rede familiar do ministro possuem diversas contas bancárias e aplicações financeiras em fundos imobiliários na Europa e Médio Oriente.

 

Para despistar os investigadores em Portugal o sobrinho adquiriu uma nova casa num bairro mais humilde em Oeiras, para desse modo oficialmente mudar a sua residência pessoal. Segundo os inspectores portugueses que andam a acompanhar o caso, no entanto continua a utilizar carros luxosos no valor total superior a 500 mil euros.

 

Agindo com grande à vontade e confiança o Ministro, através da empresa do sobrinho tem feito grandes investimentos imobiliários na cidade do Porto e em Cascais. Nos últimos meses comprou 11 apartamentos, investimento total superior a 7 milhões de euros.

 

Estando assim explicado o facto de não existirem concursos públicos para lançamento de novos projectos no Ministério da Energia e Águas, apenas ajustes directos negociados nos corredores do Ministério, com direito no mínimo a 10% de comissão para os responsáveis, como é o caso recente da NFE empresa do genro do Director e Gabinete do Presidente.

 

Estranhamente não são conhecidas diligências da PGR sobre os inegáveis sinais exteriores de riqueza evidenciados pelo Ministro João Baptista Borges e familiares, através das habituais formas de dissimular património em Angola, Brasil, Portugal, Emirados Árabes Unidos, desde empresas em nome de familiares, investimentos em arte, automóveis e imobiliário de luxo e ainda por intermédio de fundos.

* Cidadão Nacional