Lisboa – Os escritórios de advogados  Schillings Partners, que representa os interesses de Isabel dos Santos na ação judicial movida contra o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (CIJI) são conhecidos como um dos maiores especialistas em batalhas jurídicas envolvendo hackers.

Fonte: Club-k.net

Na primeira semana de Janeiro, Isabel dos Santos – ao reagir sobre o arresto dos seus bens, em Luanda, denunciou que os serviços secretos angolanos usaram hackers para entrar nos servidores dos computadores que tem em Portugal para “forjar e falsificar provas” contra si.


Dias depois, o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (CIJI) divulgou cerca de 715 mil  documentos envolvendo aos seus  negócios  e  a sua gestão ao tempo em que  dirigiu a petrolífera Sonangol.


"Foram usados seletivamente imagens e documentos, mal interpretados e supostamente baseados em e-mails obtidos criminalmente por via de 'hacking', para construir uma narrativa enganosa sobre as minhas empresas, investimentos e trabalho em geral", afirmou Isabel dos Santos num comunicado em que da conta sobre a contratação da empresa internacional de advogados Schillings Partners, para a sua defesa.


Está deverá ser a segunda vez que um cidadão angolano contrata a Schillings Partners para serviços. Já em 2017, o empresário angolano Jean-Claude Bastos de Morais – ligado a Zenu dos Santos contratou a Schillings Partners para intimidar o Maka Angola e ao Club-K por abordarem sobre um escândalo de corrupção que resultou no descaminho de 56 milhões de dólares relacionado ao projecto de construção do porto do Caio, em Cabinda, financiado pelo Fundo Soberano de Angola.


“Como já é do conhecimento de V. Exa., atuamos em nome de Jean-Claude Bastos, o qual é um accionista indirecto da Caioporto, S.A. e redigimos esta carta de acordo com o Protocolo de Acção Prévia por Difamação”, lia-se na notificação enviada as redações dos dois portais citados.


Em reação, na altura Rafael Marques denunciava que “foi com algum espanto que, no domingo passado, recebi uma notificação de Londres, do escritório da Schillings, relacionada com a minha recente investigação sobre a Caioporto S.A. e o artigo de Rui Verde “Zenú: Corrupção Mata”.

 

A Schillings, é uma firma que presta serviços na área da defesa da reputação e dispõe de advogados, especialistas em segurança cibernética, analistas de inteligência e consultores de risco. Segundo pesquisas do ‘Maka Angola’, não se trata, portanto, do tradicional escritório ou sociedade de advogados, mas de uma empresa sediada em Londres, Reino Unido, com múltiplas valências para defender reputações, entre as quais se incluem os serviços jurídicos. Esta empresa presta serviços a atletas promíscuos, personalidades dos média e políticos desesperados por manterem o seu mau comportamento fora da esfera pública.

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