Luanda - Passageiros habituados a viajar para a África do Sul, com a South African Airways (SAA), mostraram-se descontentes, nesta segunda-feira, no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, com a decisão desta companhia em deixar de voar para a capital angolana, por razões financeiras, obrigando-os a recorrer em outras congéneres.

Fonte: Angop

Depois de alguma ponderação, a companhia de bandeira sul-africana cessou, no sábado (dia 29 de Fevereiro) as operações para dez cidades de países africanos, europeus, asiáticos e americanos, sob alegação de que se tornaram economicamente inviáveis.

 

Além de Luanda, a SAA deixou de voar para cidades de Abidjan (Côte d'Ivoire) via Accra (Ghana), Entebbe (Uganga), Ndola (Zâmbia), Sâo Paulo (Brasil), Livingston (Califórnia - EUA), Munique (Alemanha), Guangzhou, Hong Kong (China) e Luanda (Angola).

 

Em declarações à Angop, Assis Moreira, que acabava de chegar a Luanda no voo da TAAG, referiu que a SAA deixa um vazio que deve ser aproveitada por outras empresas, por entender que “a concorrência persegue seguramente níveis próximo da perfeição”.

 

"Apesar de compreender as razões da companhia, estou descontente por deixarmos de ter uma companhia, com a envergadura e experiência a voar para a capital angolana", lamentou, afirmando que a TAAG passa a ser a sua alternativa imediata para essa rota regional.

 

Para Arlete António, empresária angolana com negócios na África do Sul, a medida trará um grande transtorno a muita gente, em particular aos nacionais que a qualquer momento têm de viajar para Joanesburgo por terem lá familiares a residir, a estudar ou em tratamento.

 

Inglês Pedro que voltou igualmente hoje dessa metrópole sul-africana, disse que coisas do género acontecem todos os dias, em várias partes do mundo, sendo necessário agora criar-se condições para colmatar o vazio deixado pela SAA, das melhores da África Austral.

 

"Sabemos que as relações entre os dois países têm tendência de crescer exponencialmente nos próximos tempos. Pois, julgo que na hora certa este fosso deixado pela operadora sul-africana, será ocupado por uma outra, quiçá pela mesma", augurou.

 

A suspensão da rota Joanesburgo/Luanda, depois de quase 30 anos, e para os demais destinos acontece depois de esta ter anunciado, em 2019, o cancelamento de cerca de 150 voos, a partir deste mês de Fevereiro, para conter prejuízos que vem apresentando desde 2011.

 

Em comunicado, a South African Airways informou que, em virtude disso, todos os passageiros com bilhetes para voos cancelados passariam a ser integralmente reembolsados, desde o dia 01 deste mês de Março, no âmbito das medidas atinentes a um plano de reestruturação.

 

Até 2018, Luanda era das ligações mais rentáveis desta firma, pelo que a 9 de Setembro daquele ano aumentou, de dois para quatro, o número de frequência para a capital de Angola, para onde iniciou operações em 1996.

 

Assim, a South African Airways junta-se à Air Namíbia que, no dia 9 deste mesmo mês de Fevereiro, cessou igualmente os voos para Luanda, por tempo indeterminado, após 28 anos de actividade, oscilando entre sete a quatro frequências semanais (entre 2014 a 2019).