Luanda - A corrupção, ganância, impunidade, incompetência, desleixo, populismo, falta de visão, desrespeito das leis e a ignorância de pareceres técnicos importantes estão base dos grandes males de Angola, designadamente, a pobreza, o elevado índice de mortalidade (particularmente a mortalidade materno-infantil), falta de investimento sério nos sectores sociais e económicos, bem como a má qualidade de muitas obras publicas.

Fonte: Club-k.net

Após as eleições de 1992, período a partir do qual se começou a generalizar a corrupção e a indiferença à competência - tempo áureos da famosa palavra “cunha” -, os diferentes Governos, bem como o actual Executivo, respectivamente, tiveram e tem dificuldades em estabelecer prioridades nos seus planos de governação. Lamentavelmente, o actual Executivo tem tido acções e omissões, que contradizem ou se incompatibilizam com os propósitos, que anuncia, causando, por conseguinte, a estupefacção de observadores mais atentos, quer angolanos, quer estrangeiros.

 

As maiores evidências de subdesenvolvimento mental dos governantes angolanos, em relação à organização dos municípios são a forma como eles construíram o Bairro Benfica, que, analisando bem, devia ter tido a denominação de “Bairro Malfica”, uma vez que ergueram casas imponentes numa área, que era suposto ser bem organizada e, até, luxuosa, devido ao facto de nela residirem muitos governantes e endinheirandos. A outra prova de desorganização, é o tipo de construções existentes no Mussulo, um arquipélago da província de Luanda. Quem vai ao Mussulo, observa e reflecte tira ilações negativas sobre a capacidade governativa dos nossos governantes. Deus concedeu uma beleza natural a Angola, cujos governantes não souberam e continuam a não saber valorizar. Porém, em nome da prudência e do respeito que alguns deles merecerem, ressalvo pouquíssimas excepções. “Os senhores e aquelas senhoras podem permanece-se sentados no sofá. Mas esses senhores de ? óculos escuros e aqueles de “dizamba” devem se sentar no chão”.


Para terminar este ponto, faço referência à palavra, expressões e frases negras usadas, durante muitos anos, em Angola, tais como “cunha”, já mencionada, “gasosa”, “ordens superiores”, “Você sabem quem eu sou?”, “O cabrito come onde está amarrado”.

 

2. A (IN)DIGNIDADE DOS GOVERNANTES ANGOLANOS, DEVIDAS EXCEPÇÕES

 

Entretanto, sabemos que muitos governantes já se beneficiaram de muitas regalias resultantes da condição de governante. Tiveram e têm, até, regalias que os governantes dos países mais ricos e desenvolvidos não têm. Os governantes angolanos não se importam com o facto de os paises nos quais vão mendigar terem representações diplomáticas, que são observadoras da realidade de Angola, a vários níveis. Eles nem vergonha ou a prudência de pensar que os países aos quais vão pedir empréstimos são países onde têm depositado elevadas somas de dinheiro. Nem isso!... Onde está a vergonha e a sensatez?! E por é que temos muitos governantes insensatos?

 

Entretanto, se, um a um, chamarmos os governantes angolanos para lhes perguntar que ideias relevantes ou projectos importantes para o progresso de Angola já apresentaram ou fizeram de bandeira pessoal para o bem do seu país, decerto, poucos terão uma resposta satisfatória.

 

Sublinho que que alguns governantes, sobretudo, os que quiseram e os que pretendem “brilhar” durante o seu mandato, após a sua nomeação importaram e materializaram ideias de estrangeiros e projectos de outros países, sem, no entanto, terem tido a inteligência de os adaptar à realidade de Angola. Portanto, nem sequer tiveram esse cuidado, talvez por preguiça mental ou por declarada falta de inteligência. Infelizmente, muitos não sabem que para se copiar é preciso que os copiadores sejam inteligentes. Infelizmente, os projectos que em determinados países foram feitos com “acuçar branco”, provavelmente, se adaptaria à realidade de Angola, se fossem implementados com “açúcar mascavo”. Faltou essa reflexão. Faltou inteligência.

 

3. EXORTAÇÃO AO ACTUAL EXECUTIVO

 

Alvitro o actual Executivo a ser coerente com os discursos e as acções. Oxalá não fique ficado apenas na luta contra a corrupção, mas se empenhe na desenvolvimento do sector produtivo, no fornecimento de água e energia eléctrica, bem como na construção de infraestruturas rodoviárias de boa qualidade, susceptível de contribuírem para o desenvolvimento económico de Angola.

 

Termino, dizendo que um País rico não pode ser mendigo, da mesma forma que não faz sentido um homem rico pedir esmolas.