Luanda - O presidente da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, afirmou esta quarta-feira na abertura das IX Jornadas Parlamentares do principal partido da oposição angolana, que “de pouco adianta gritar o combate à corrupção” quando o regime protege os que roubaram.

Fonte: Lusa

“De pouco adianta gritar o combate à corrupção como uma bandeira quando o mesmo regime protege atores do roubo e impede o normal funcionamento das instituições”, destacou hoje Adalberto da Costa Júnior, no Sumbe, província do Cuanza Sul.

 

O líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) afirmou que o grupo parlamentar insiste em ser parte observadora no acompanhamento dos processos na luta contra a corrupção e lamentou que estejam “escondidas nas gavetas dos dirigentes da Assembleia Nacional” as conclusões das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI), com “nomes sonantes”, e que tinham sido remetidas antes do combate à corrupção se ter tornado oficial.

 

Segundo o presidente do partido do “Galo Negro”, em causa estão “nomes e atos violadores da lei e escandalosos desvios ao erário”, com nomes dos autores, casos que ocorreram com a CPI ao Banco Espírito Santo de Angola (BESA), à Sonangol, ao Fundo Soberano e à dívida pública.

 

O líder da UNITA abordou ainda o problema da “violência gratuita contra jovens que se manifestam e contra as mulheres”, apontando o caso de uma jovem de 30 anos, morta há poucos dias por um agente da polícia, no Bengo, apelando a mais respeito pelos cidadãos e pelos seus direitos.

 

Na segunda-feira dois jovens morreram num confronto com a Polícia Nacional, durante um tumulto junto a um centro de recrutamento militar em Luanda.

 

Entre os desafios que o país vai enfrentar este ano, Adalberto da Costa Júnior focou a reforma do Estado, nomeadamente a revisão da Constituição e a realização das eleições autárquicas, acusando o governo e o partido que o suporta, o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), de terem “medo das autarquias” e preferirem “trair a vontade dos angolanos”.

 

“Temos de trabalhar para salvar Angola de mãos reféns, usando órgãos de soberania como a Assembleia Nacional e os tribunais, sem coragem para contrariarem as ordens superiores que persistem”, pediu aos seus correligionários.