Luanda - O Ministério angolano da Saúde garante que estão a ser instalados centros de quarentena em estabelecimentos portuários por força do coronavírus, mas a Comissão Sindical do Porto do Lobito, na província de Benguela, diz que não existe nada em matéria de prevenção, desde dispositivos para rastreios a palestras de sensibilização.

*João Marcos
Fonte: VOA

O alerta é para a existência de mais de 1500 trabalhadores do Porto, mais os quadros da Polícia Fiscal, do Serviço de Migração e Estrangeiros (SME) e da Capitania, os primeiros em contato com a tripulação dos navios que ali atracam, na sua maioria provenientes da Ásia, o foco da doença.

 

A preocupação do primeiro secretário da Comissão Sindical, Ezequiel de Carvalho, fica bem mais patente quando se olha para a previsão de chegada, dentro de um mês, de um navio com passageiros.

 

O sindicalista equipara o Porto do Lobito a uma «fronteira aberta» e considera que a resposta do Conselho de Administração à sua inquietação não foi satisfatória.

 

‘’A empresa atira a responsabilidade para a clínica do Porto … não tem condições, não está especializada para combater virologia. Queríamos uma resposta convincente, com medidas como dispositivos para rastreio. Estamos no zero, nada, vazio’’, alerta.

 

Era necessário um Conselho de Administração proactivo, até pela propagação do covid-19 à escala mundial, conforme Ezequiel de Carvalho.

 

‘’Os rastreios, montar uma zona de sensibilização ao pessoal, distribuir luvas e máscaras. O pessoal deve estar preparado e treinado, não se faz nada’’, avança o sindicalista.

 

Da Capitania e Clínica do Porto do Lobito ao sector da saúde pública, a VOA tentou mas não conseguiu obter pronunciamentos.

 

Em visita de trabalho a Benguela, a deputada da Unita Mihaela Weba afirmou que só a prevenção pode disfarçar o funcionamento da rede sanitária em Angola.

 

‘’As nossas condições sanitárias não vão conseguir nos acudir. Portanto, tudo deverá ser feito para prevenir que a doença venha e depois combater o próprio vírus’’, sugere a parlamentar angolana.

 

No Lubango, província da Huíla, a ministra da Saúde, Sílvia Lutukuta, assegurou, nesta terça-feira, 10, que a instalação de centros de quarentena em portos e aeroportos é uma das medidas de prevenção adotadas pelo seu setor.