Luanda - Um estranho incidente fez desaparecer o meu texto com o título acima citado. Não sei o que aconteceu, é a minha primeira vez, o texto desapareceu depois de o publicar. Horas perdidas para sacudir o pó a apontamentos que extraí de documentos e documentários disponibilizados pelos arquivos da África do Sul e Cuba.

Fonte: Club-k.net

Na minha publicação aparece pela primeira vez o nome do general soviético Konstantin Kurochkin, chefe da missão soviética em Angola, citado por fontes independentes como a pessoa que convenceu o governo angolano a lançar a ofensiva militar contra Mavinga para depois avançar contra a Jamba.

 

Os cubanos eram contra a ideia, mas o governo fez ouvidos de mercador e a primeira ofensiva foi descalabro total ainda mais porque valiosos meios de guerra capturados no Lomba fizessem parte da procissão triunfal que a UNITA organizou na Jamba. Uma boa parte dos argumentos de Kamalata Numa são baseados nesse fracasso. No entanto, o governo fez um remix da solução final soviética para a guerra angolana e em Abril de 1987 lançou uma nova ofensiva contra Mavinga, cujo clímax foi a Batalha do Kuito Kuanavale. Há militares angolanos que estiveram na URSS que agora estão a perceber o anunciado filme russo sobre a batalha com imagens inéditas, há militares que estiveram na URSS e não sabiam como as suas caras apareciam nos arquivos soviéticos, sendo que nenhum deles se lembrava de ver cinegrafistas no campo de batalha.


As FAPLAS tinham os seus cinegrafistas mas eram nada em comparação com os sofisticados e modernos espiões soviéticos. Como consolo, só me resta ter mais cuidado para que daqui a dias não volte a perder um texto que estou a preparar, relacionado com um acontecimento que iria seguramente impedir que houvesse Kuito Kuanavale. Para terminar, quero fazer um pedido ao Drumond Jaime, por favor, fale com o Africano Neto para saber se ainda tem no seu arquivo pessoal a inédita entrevista em directo que o general Nando, era adjunto do falecido general Ngueto na Batalha do Kuito Kuanavale, deu creio que ao Jornal de Sábado da RNA, quando o governo angolano decidiu recuperar as memórias do Kuito Kuanavale. É uma entrevista cheia de verdades em que o agora general reconhece o fracasso que forçou as FAPLAS a recuar até o Kuito Kuanavale porque o exército sul-africano, SADF, veio em socorro das FALAS quando as FAPLAS marchavam para a conquista de Mavinga.

 

É nessa entrevista que o general Nando enaltece o génio do presidente José Eduardo dos Santos porque naquele momento de desespero em que as FAPLAS lançavam mísseis anti-aéreos para iludir o inimigo das forças que não tinham, conseguiu convencer Fidel de Castro a autorizar os cubanos de tomar parte nos combates. Foi o general Nando que atribuiu aos cubanos todo o mérito defensivo que fez com que o avanço sul-africano fracasse numa violenta explosão no campo minado. Segundo o general Nando, o inimigo de retirou em definitivo do campo de batalha e nunca mais voltou a atacar o Kuito Kuanavale.


Por fim o meu veemente repúdio por ver que um acontecimento irrefutável e incontornável que em Angola, África do Sul, Cuba, Namíbia, no museu da independência há uma pintura gigante com a batalha do Kuito Kuanavale, e Rússia, é associado pelas partes beligerantes como o momento de mudança na África Austral, retirada dos cubanos e sul-africanos da guerra angolana, libertação de Nelson Mandela, independência da Namíbia e fim do apartheid, em vez de História Militar está a ser transformado em disputa política.


Eu sei que o general Renato, UNITA, ainda está vivo, ninguém na UNITA tem mais propriedade do que ele para falar do Kuito Kuanavale, ele é a pessoa mais indicada para confirmar se os tais 300 corpos de soldados das FALAS que estão enterrados no agora polémico Triângulo do Tempo são falsos ou verdadeiros. O nome do general Renato aparece em livros de operacionais sul-africanos que estiveram no campo de batalha.