Luanda - 1 . A gestão do CFB-Caminho de Ferro de Benguela, será entregue, após a sua reabilitação, à Spoornet – principal operadora ferroviária da África do Sul, detida pela Transnet, holding do Estado. Em fase posterior a Spoornet deverá adquirir participação no capital do CFB.


Fonte: AM

O assunto vem sendo objecto de conversações nas quais a parte angolana é representada pelo GRN-Gabinete de Reconstrução Nacional, na pessoa do seu director, General Vieira Dias “Kopelipa”. O GRN tem sob sua alçada directa (AM 268) a reabilitação das três vias férreas de Angola, em que participa a CIF-China International Fund.


2 . O CFB passou em 2001 para a posse plena do Estado – por caducidade dos direitos de concessão contratualmente detidos pela Tanks (depois pela Société Générale), que duraram 99 anos. Está prevista a sua futura privatização, sendo nesse quadro que investidores nacionais e a Spoornet se tornarão parceiros do Estado.


A gestão do CFB pela Spoornet será inicialmente efectuada mediante um contrato de gestão a entrar em vigor por alturas da reabertura da via. O processo de privatização será aberto provavelmente dois anos depois. Entre os investidores angolanos interessados na privatização conta-se o próprio director do GRN.O interesse de M H Vieira Dias “Kopelipa” e de outras personalidades da elite política, relegou para plano secundário o interesse antes manifestado por quadros da actual administração do CFB, incluindo o PCA, Brig Daniel Quipaxi, que recentemente pretendeu afastar-se.


3 . A conclusão das obras de reabilitação do CFB vem sendo adiada desde 2007 (AM 215). As previsões oficiais estão agora fixadas em 2011, mas há avaliações técnicas que consideram improvável tal calendário. As obras, cujo dono é o GRN, em representação do Estado, prosseguem com mais lentidão do que é feito constar.


O CIF tem o estatuto de empreiteiro geral; nessa qualidade subcontratou várias empresas chinesas de construção, que procedem à reconstrução da via em troços diferentes. Os atrasos por que as obras têm passado são atribuídos a dificuldades técnicas e burocráticas, mas também ao elevado grau de destruição em que a via se encontrava.


A entrada da Spoornet no CFB é vista como correspondendo à sua aspiração de vir a aumentar a preponderância que já tem na organização e funcionamento das redes transfronteiriças do sistema ferroviário da África Austral. A italiana Tor di Vale (AM 029) foi inicialmente o parceiro seleccionado para o CFB.