Luanda - O líder do Partido de Renovação Social (PRS) disse hoje, em Luanda, que a redução e remodelação do Governo de Angola "não traz grande soluções" ao momento económico que o país vive.

Fonte: Lusa

Benedito Daniel reagia, em declarações à agência Lusa, a recente remodelação governamental feita pelo Presidente de Angola, João Lourenço, passando de 28 para 21 ministérios.


Da longa lista de exonerações divulgada, segunda-feira, pela Casa Civil de João Lourenço constam 17 ministros e 24 secretários de Estado, bem como o secretário do Presidente da República para os Assuntos Políticos, Constitucionais e Parlamentares e o diretor do Gabinete de Ação Psicológica e informação da Casa de Segurança do Presidente da República.

Para Benedito Daniel, a redução de ministérios divulgada não é evidente, pois o que há é "uma transitabilidade do efetivo dos ministérios".

"Transitam de um para outro e não há redução de despesas quanto ao pessoal, quanto ao pagamento. O que cremos que eventualmente se venha a reduzir será a despesa pública (...) dos ministérios que já não vão existir" já que serão secretarias de Estado e não terão uma despesa igual à de um ministério, referiu.

Para Benedito Daniel, "o número de pessoas vai continuar a ser o mesmo, vai transitar" e se tal não acontecer iria resultar num aumento do "exército de desempregados já existente", salientou.

Por isso, a medida apresentada, para o político, "não traz grandes soluções".

"É um desenrasque por assim dizer, que está a ser feito, que se impõe, porque não há outra solução", comentou.

"Achamos que foi uma solução não muito acertada, mas aquela que se apresentou", acrescentou.

Segundo Benedito Daniel, a remodelação governamental impunha-se, porquanto o orçamento do país tem vindo a decrescer cada vez mais e as 'comodities' (matérias-primas) internacionais também não estão num plano favorável.

Por outro lado, o líder do PRS defende que é necessário dar-se "algum tempo" para a adaptação dos governantes que são nomeados, tendo em conta que governar "depende de alguma adaptação".


"E isso requer algum tempo, mas também temos vindo a constatar que algumas pessoas são nomeadas e depois nem sequer têm um tempo de adaptação e são novamente exoneradas. Aí as coisas não seriam boas", realçou.