Luanda - A remodelação ministerial levada a cabo pelo presidente angolano João Lourenço pode marcar o início de actividade política ao mais alto nível de uma nova geração de angolanos, disseram analistas políticos angolanos.

*Coque Mukuta
Fonte: VOA

O Presidente da República, João Lourenço, remodelou nesta segunda-feira o Governo, que passa a contar com 21 departamentos ministeriais, contra os anteriores 28.

 

Para o analista político Rui Kandove com esta modificação do aparelho governativo, João Lourenço responde um apelo da sociedade angolana

 

Para Kandove a remodelação visa “dar uma nova roupagem o governo do MPLA que ja estava desgastada com muitos deles (membros do governo) ainda da era de José Eduardo dos Santos”.

 

“Era imprescindível que João Lourenço colocasse as suas pedras para poder desempenhar o seu exercício governativo”, disse o analista para quem ha' agora no governo “muitos jovens a quem ha' que dar a oportunidade agora para colocarem ao serviço da nação toda a sua competência técnica”.

 

Isto vai depender em parte da capacidade desses novos dirigentes “interpretarem a vontade do seu dirigente”.

 

Para Kandove a remodelação foi boa “embora se esperasse um pouco mais ao nível do seu olhar para a sociedade civil”.

 

Já o jurista Albano Pedro disse que a nomeação de vários jovens no aparelho governativo, representa por um lado, a entrada de sangue novo, e por outro lado, a retirada de uma geração que vem há muito tempo no poder.


"Podemos estar com estas duas perspectivas, por um lado ir renovar o pessoal que trabalhou no executivo anterior por outro lado ir introduzindo pessoal novo que vai trabalhar no executivo de Joao Lourenço" disse.


Albano Pedro é contudo de opinião que não foi oportuna a alteração do aparelho do estado durante o estado de emergência e que uma verdadeira modificação deve ser feito a nível da presidência da republica para se poupar mais recursos.


"No estado de emergencia como em que nos encontramos não se fazem remodelações”, disse acrescentando que Angola continua a ser um governo “muito gordo” não só na parte dos ministérios mas da propria presidência, onde tem ministerio do estado e departamentos que se duplicam.

 

“Não fez nada para se poupar recursos", disse.