Luanda - Comemora -se hoje 14 de Abrir como a data atribuída a juventude Angolana. O MEA sendo uma organização da sociedade civil que luta pelos direitos dos estudantes, não deixaria de apresentar a sua posição.

Fonte: MEA

O 14 de Abril não deve ser um monopólio dos partidos políticos, mas deve refletir de forma mais profunda a juventude Angolana no seu todo.


Deve ser uma data de reflexão profunda em torno dos problemas que afligem está faixa etária completamente abandonada a sua sorte no álcool, prostituição, desemprego, bajulação e instrumentalização sem precedentes.


A educação é o único factor de transformação de qualquer país, rumo ao desenvolvimento sustentável, porém, isso em Angola ainda é uma miragem, basta ver a fatia que é atribuída aos nosso orçamentos gerais do estado.


A ideologia neoliberal contaminou a Educação com a linguagem e o pensamento da gestão e da economia e acarretou a secundarização das Ciências Sociais e da Educação e o retrocesso a uma educação tecnocrática, positivista e meritocrática, fortemente reprodutora das desigualdades sociais.


O melhor exemplo é o ensino profissional, que funciona como uma escola dentro da escola, que tem como função absorver os alunos e alunas com“menor sucesso académico”.


O sistema educativo em Angola tornou￾se numa imensa manta de retalhos, avulsa e incoerente marcado pela agenda neoliberal e pela racionalidade instrumental da Educação.


A flexibilidade curricular, imposta no ensino secundário e no ensino básico, sem que sequer seja questionada a pertinência das mono docência nem tida em conta as contradições que esta convivência forçada acarreta.


O MEA entende ser necessário abrir o debate sobre a organização por ciclos.


A este debate tem de ser associado o debate sobre a formação contínua e específica de professores e professoras deste ciclo de ensino.


A escola que prepara para o futuro não é compatível com modelos pedagógicos antiquados vigente no pais.Há ainda um longo caminho pela frente até a escola pública conseguir eliminar o abandono escolar em todos os ciclos, baixar as taxas de analfabetismo funcional e assegurar a possibilidade de terminar a escolaridade obrigatória garantindo igualdade de oportunidades e frequência para que a sua conclusão seja uma realidade em toda a sociedade. Se os manuais escolares gratuitos foram um primeiro passo, é necessário, agora, reforçar a ação social escolar e dotar as escolas e todos os alunos e alunas com as melhores condições de aprendizagem possíveis.


Luanda, aos 14 de Abril de 2020
O secretáriado Nacional Estudantil.


O Movimento de Estudantes Angolanos é uma associação civica legal apartidaria de âmbito nacional, sem fins lucrativos, Ligado a defesa e divulgação dos direitos dos Estudantes. registado pelo Estado Angolano e publicado em Diário da República, III III série, N.º 53 de 19 de Março de 2014.