Luanda - Para a UNITA, Angola e os angolanos devem agir sempre no sentido da dignificação de África e suas gentes. Fonte: UNITA A República Popular da China (RPC), fundada em 1949, é um País asiático que não conheceu um passado colonial em África.

Fonte: UNITA

Pelo contrário, desempenhou um papel activo de solidariedade para com o movimento nacionalista africano nas décados de 60 e 70 do século vinte.

 

A UNITA é-lhe grata por ter beneficiado desta veia progressista da República Popular da China .

 

Volvidos os tempos, o quadro de relacionamento sino-africano conheceu desenvolvimentos que levam chineses a estabelecerem-se em África e africanos a residir na República Popular da China, movidos por interesses individuais, colectivos ou de representação de Estados.

 

Têm surgido, neste convívio na China, relatos de desavenças, algumas graves, entre chineses e membros da comunidade africana, aí estabelecida.

 

O Dr. Jonas Malheiro Savimbi foi o Presidente do Comité de Libertação da Organização da Unidade Africana - OUA quando da sua fundação, aos 25 de Maio de 1963, em Adis Abeba,na Etiópia. Foi diante da mais alta instância africana, a OUA, que em 1964, no Cairo, o Presidente Fundador, anunciou a sua decisão de encetar um novo passo na luta contra a ocupação colonial portuguesa de Angola e de outros territórios em África. Este passo também visava uma contribuição para o esforço de libertação doutros espaços africanos, então, sob jugo colonial.

 

Estes dois momentos, ora assinalados, são apenas alguns dos muitos que ilustram o ser, sentir e agir panafricanista da UNITA.

 

Os últimos acontecimentos que circulam, pelas redes sociais, corroborados pela carta de protesto dos embaixadores africanos em Pequim, datada de 10 de Abril deste ano, constituem uma arrogante manifestação de xenofobia em relação os africanos, entre todos os estrangeiros residentes na China, com participação física de forças policiais chinesas.

 

Este facto confere, a estes acontecimentos um grau, particularmente, grave cujos contornos podem penalizar as relações entre a África e a República Popular da China.

 

Face a esta situação, marcadamente racista, que surge devido à pandemia do COVID-19 que nasceu na Província chinesa de Wuhan, no seio dos chineses, e destes para o Mundo inteiro, O COMITÉ PERMANENTE DA COMISSÃO POLITICA DA UNITA, assume as posições que seguem:

 

1. Condenar e repudiar com a maior repulsa estes ignóbeis actos atentatórios à dignidade da pessoa humana e, no caso, a africana e contra os direitos humanos universalmente consagrados;

2. Apelar ao Executivo de Angola no sentido de tomar todas as medidas necessárias de potecção e segurança das vidas dos nossos concidadãos que, por diversos motivos, estejam , neste momento, na China; 3. Solidarizar-se com o conteúdo da carta de protesto dos embaixadores africanos em Pequim e;

4. Com o mesmo propósito, incitar o Executivo do nosso País à uma urgente concertação, no quadro da União Africana, tendo em vista a tomada de uma firme posição comum que ponha côbro, e já, a esta crueldade dos chineses contra os africanos. Pois se este quadro prevalecer, na China , vai prejudicar, dramáticamente, os colossais interesses entre a República Popular da China e África, relações que se querem adultas e mutuamente vantajosas.

Luanda, aos 13 de Abril de 2020.

O COMITÉ PERMANENTE DA COMISSÃO POLITICA