Luanda - A polícia angolana anunciou a detenção de três vendedores, alegadamente envolvidos num tumulto protagonizado por mais de 500 pessoas, em Caluquembe (Huíla), que vandalizaram vários edifícios em protesto contra o encerramento de um mercado local.

Fonte: Lusa

Segundo um comunicado da polícia, os três vendedores do denominado "mercado da Alemanha", que foram detidos na sexta-feira, terão participado nos ataques que danificaram a Administração Municipal de Caluquembe, a sede local do partido MPLA e instalações da polícia e dos bombeiros.

 

Os atos de vandalismo foram praticados por mais de 500 vendedores armados com paus, pedras e catanas, que contestavam a decisão de encerramento do mercado, devido à falta de condições de higiene e segurança no âmbito das medidas de prevenção do contágio pela covid-19.

 

A polícia refere que as forças policiais efetuaram disparos para dispersar os manifestantes, tendo sido enviadas para o local duas equipas anti-motim, estando ainda a decorrer diligências para capturar outros envolvidos.

 

Durante o ataque, ficaram também danificadas as Residências dos Advogados e o Colégio Pitágoras.

 

A agência de notícias angolana ANGOP noticiou que este é o segundo caso de revolta popular este mês na Huíla, tendo o primeiro decorrido na comuna do Quê, município de Chicomba, onde foi vandalizada a administração do Estado pelos mesmo motivos.

 

O encerramento de mercados é uma das medidas excecionais vigentes em Angola no âmbito do estado de emergência declarado em Angola no dia 27 de março, por 15 dias, que se prolongou por um novo período idêntico, a decorrer até 25 de abril.

 

Angola registou até ao momento 19 casos de infeção pelo novo coronavírus, dos quais 2 resultaram em morte.

 

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 154 mil mortos e infetou mais de 2,2 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 497 mil doentes foram considerados curados.

 

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

 

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa quatro mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

 

Por regiões, a Europa soma mais de 97 mil mortos (mais de 1,1 milhões de casos), Estados Unidos e Canadá mais de 38 mil mortos (mais de 738 mil casos), a Ásia mais de seis mil mortos (mais de 158 mil casos), o Médio Oriente mais de cinco mil mortos (mais de 119 mil casos), a América Latina e Caribe mais de quatro mil mortos (mais de 91 mil casos), África mais de mil mortos (mais de 19 mil casos) e a Oceânia mais de 80 mortos (mais de sete mil casos).