Luanda - Direito de Resposta e de Rectificação de Carlos Alberto ao Club K, à luz da Lei n.°1/17, de 23 de Janeiro, a Lei de Imprensa em vigor em Angola.

Fonte: Club-k.net

“É  falso que a UNITA me tenha retirado a confiança  na ERCA”

O Club K fez circular, nas redes sociais, ontem, 27, um artigo com o título "MPLA levanta debate sobre um possível terceiro mandato para Lourenço", dando a entender ser intenção do MPLA alterar a Constituição da República de Angola para permitir que João Lourenço faça três mandatos.


1. Sobre a acusação relacionada com o MPLA, com o seu presidente e com o Presidente da República João Lourenço, cabe às entidades em causa responder (ou não) ao Club K.


O Carlos Alberto não responde nem nunca respondeu em nome de nenhum partido político em Angola. Sempre foi um cidadão (e também jornalista) que se primou pela cidadania e rigor no exercício jornalístico acima de interesses de partidos políticos e de grupos de interesses fora dos marcos da lei.


2. O Carlos Alberto nunca esteve ao serviço de um "regime" nem nunca pertenceu a um "estado maior" para "desacreditar a candidatura de Adalberto Costa Júnior".


Na sua qualidade de "Cidadão e Jornalista", escrevendo no seu facebook, maioritariamente, denunciou duas situações que considerou lesivas (de interesse público) ao Estado angolano.

Uma foi regularizada a outra não.


São os casos de Domingas Damião (irmã da vice-presidente do MPLA Luísa Damião, escolhida pelo presidente do MPLA João Lourenço) e Adalberto Costa Júnior, em 2019, na altura do último Congresso da UNITA.


No primeiro caso, o Carlos Alberto denunciou, no seu facebook, de forma pública, que a senhora Domingas Damião (jurista), irmã da vice-presidente do MPLA Luísa Damião, tinha dupla efectividade no Estado: era/é administradora do Pólo Industrial de Viana, afecto ao extinto Ministério da Indústria e também Conselheira da Entidade Reguladora da Comunicação Social Angolana (ERCA), neste caso colega de Carlos Alberto, que também é Conselheiro da ERCA.


Graças à denúncia de Carlos Alberto e a lisura e transparência do Ministério das Finanças - e aqui João Lourenço mostra a sua verticalidade - , a senhora em causa perdeu o cargo na ERCA, preferindo manter-se no outro emprego, mas nada se explicou se chegou a devolver o dinheiro de todos os angolanos, que andou a ganhar de forma irregular. E o Carlos Alberto fez questão de fazer lembrar, na altura, que era preciso que houvesse devolução ao Estado dos dinheiros e outras benesses que a senhora irmã da vice do MPLA andou a ganhar com a dupla efectividade.


O segundo caso (denúncia) tem a ver com o senhor Adalberto Costa Júnior, na altura ainda presidente do grupo parlamentar da UNITA, aquando do último Congresso da UNITA, denunciado por Carlos Alberto, no seu facebook, outra vez de forma pública, por ter cometido o crime de falsa qualidade na Assembleia Nacional, pelo facto de ter mentido ao Parlamento e ao país em relação à sua formação (engenharia electrotécnica).


Na altura, Carlos Alberto postou, no seu facebook, um documento que constava no processo individual de Adalberto Costa Júnior na Assembleia Nacional, em nome de umas das filhas (gémeas), como uma alegada prova da sua licenciatura em engenharia electrotécnica, desconhecendo-se as razões de como conseguiu entregar à Assembleia Nacional um documento da sua filha, como se fosse seu.


Nessa altura, Carlos Alberto chegou a denunciar, na mesma via, que o senhor Adalberto Costa Júnior ganhava (e ganha até hoje), de forma irregular, prejudicando gravemente o Estado angolano, um salário de oficial general das Forças Armadas Angolanas (FAA), na Caixa Social, quando nunca tinha sido militar nem nunca lhe foi reconhecido, na UNITA de Jonas Savimbi, uma função que se equivalesse a um Brigadeiro, cometendo mais um crime de falsa qualidade.


É na qualidade de Cidadão e Jornalista, que Carlos Alberto, mesmo não estando a exercer jornalismo nas redes sociais, por ter sido expulso da RNA, TPA e LAC, sempre lutou pela Justiça em Angola, independentemente da cor dos olhos das pessoas.


Só por isso, o argumento do Club K segundo o qual Carlos Alberto escreve contra Adalberto Costa Júnior a mando do MPLA e do SINSE cai de imediato por terra, para as pessoas que tiverem o cérebro no lugar, uma vez que até denúncias contra o MPLA e João Lourenço o Carlos Alberto já o fez pela mesma via (facebook).


3. É falso que Carlos Alberto tem mantido encontros com o senhor Fernando Eduardo Manuel, actual administrador de Viana, para receber orientações sobre como pode difamar Adalberto Costa Júnior, aliás, o mesmo administrador de Viana, por sinal, também já foi alvo, no seu facebook, de um artigo de opinião de Carlos Alberto que contestava a forma como o secretário-geral do MPLA Paulo Pombolo e o senhor em causa procederam na doação de bens a famílias carenciadas em Viana.


Nesse artigo, Carlos Alberto questiona os critérios que o MPLA usou para se escolher a doação primária ao município de Viana, quando Luanda tem o município da Quiçama com uma situação de fome e pobreza extrema, que quase nunca recebeu apoio do Governo desde 1975. E nesse artigo Carlos Alberto mostra que a situação precária da Quiçama é do domínio do Vice-Presidente da República Bornito de Sousa, com base numa visita que fez recentemente àquele município.


Portanto, como é possível o Carlos Alberto estar a receber ordens do administrador de Viana para atacar Adalberto Costa Júnior, quando é o próprio Carlos Alberto que questionou publicamente os critérios que o MPLA usou para fazer doações prioritárias ao município de Viana, gerido pelo alegado chefe de Carlos Alberto?


Qualquer pessoa com o cérebro no lugar percebe logo que existe aqui uma pura contradição na acusação que o Club K faz ao Carlos Alberto.


4. É também falso que o senhor Carlos Alberto se "aproximou da UNITA, depois de ter também tentado - sem sucesso - uma ligação com a CASA-CE, e de ter construído uma imagem de “perseguido do regime” e que "por solidariedade ao mesmo, Adalberto Costa Júnior propôs o seu nome para entrar na ERCA pela lista da UNITA".


É exactamente o contrário: foi o próprio senhor Adalberto Costa Júnior que convidou o Carlos Alberto a ser Conselheiro da ERCA, na altura, em 2017, quando o Carlos Alberto tinha acabado de ser expulso da LAC, quando dizia, no seu facebook, que admirava dois políticos, pela forma como abordavam os assuntos sociais: Adalberto Costa Júnior e Abel Epalanga Chivukuvuku.


Na verdade, Adalberto Costa Júnior antecipou-se à CASA-CE que também estava a conquistar Carlos Alberto a fazer parte da lista de possíveis deputados em 2017.


Era intenção da CASA-CE, e o senhor Manuel Fernandes e o senhor Felix Miranda, que, por sinal, também é Conselheiro da ERCA, podem confirmar isso, se tiverem coragem de dizer a verdade, que o Carlos Alberto dirigisse na Rádio e Televisão, a campanha da CASA-CE, pelo facto de, na altura, ter passado pela rádio Luanda Antena Comercial (LAC) e pela Rádio e Televisão de Portugal (RTP), com experiência compravada.


É o senhor Adalberto Costa Júnior que "rouba" Carlos Alberto da CASA-CE de Abel Chivukuvuku, com a indicação para a ERCA. Carlos Alberto aceita a proposta de Adalberto Costa Júnior, com a condição de não se tornar militante da UNITA nem defender interesses da UNITA, mas sim os da Nação e as leis do país. E ficou assim acordado entre as partes.


Pelo facto de Adalberto Costa Júnior ter ganho no "duelo" com Abel Chivukuvuku, na altura, surge um texto a dizer que Carlos Alberto só tinha feito aproximação à CASA-CE a mando do MPLA e do SINSE, exactamente o mesmo argumento que a UNITA está a usar hoje em que Carlos Alberto denuncia crimes de Adalberto Costa Júnior.


5. É igualmente falso que a UNITA tenha "retirado a confiança em Carlos Alberto na ERCA por uma alegada descoberta de ser do MPLA e do SINSE em Maio de 2019".


É justamente o contrário: foi o Carlos Alberto que, em Maio de 2019, rejeitou defender interesses inconfessos de Adalberto Costa Júnior, na altura em que era presidente do grupo parlamentar da UNITA.


Adalberto Costa Júnior pretendia usar o Carlos Alberto para escrever contra Isaías Samakuva (fazendo denúncias no seu facebook) com base em situações de desvios de dinheiro da UNITA. Pelo facto de Carlos Alberto ter rejeitado algo que não tinha como provar, Adalberto Costa Júnior, não se sentido bem com a rejeição de Carlos Alberto, vai ter com o presidente da UNITA Isaías Samakuva a propor a sua expulsão da ERCA, com o argumento de que o Carlos Alberto já não servia os interesses da UNITA.


É justamente Isaías Samakuva que defende Carlos Alberto perante a proposta de Adalberto Costa Júnior, dizendo que gostava do seu desempenho na ERCA, porque a isenção e imparcialidade defendida no exercício da Comunicação Social, por Carlos Alberto na ERCA e nas redes sociais, favorecia mais a UNITA do que o seu adversário directo, o MPLA.


Portanto, Samakuva não via razões objectivas para tirar Carlos Alberto da ERCA, porque se sentia satisfeito com a escolha feita pelo próprio Adalberto Costa Júnior, em 2017, que depois já pretendia tirá-lo da ERCA pois o Carlos Alberto não aceitou fazer um jogo político sujo no seu facebook.

6. Portanto, é completamente FALSO existir uma campanha do MPLA e do SINSE para desacreditar Adalberto Costa Júnior, usando o Carlos Alberto.


A ideia que fica clara é a de que o presidente da UNITA Adalberto Costa Júnior esteja actualmente a passar por pressões internas na UNITA (ele ganhou com 53% contra 47% dos que votaram nos outros candidatos) por ter feito um papel de "lobo debaixo da pele de cordeiro" e agora tem medo de perder o seu mandato, que mal começou, num possível congresso extraordinário, por ter mentido gravemente aos seus pares e à Nação angolana.


Carlos Alberto
28.04.2020