Luanda - Motivado por factores de ordem social político dos últimos tempos, num país que já chega a dar medo pela forma em que está a ser conduzida, fui quase que por obrigação moral abordar sobre um imbróglio de situações que fazem com se pareça que enquanto o país berra os jovens riem.

Fonte: Club-k.net

Poderá até parecer para alguns defensores da nobreza que tais abordagens beiram o rídiculo quando na verdade sensibilidades económicas, ligadas ao nepotismo, interesses primários e secundários começam a ser ameaçadas. Ao fazê-lo, poderei estar a adquirir o adjectivo de “advogado dos fracos” quando na verdade é uma forma de manter os meus níveis de altruísmo equilibrados.


Provocado por um tema nascido da rede social Facebook em que os jovens são “acusados” a olhar o país de costas quando na verdade deveriam estar a colaborar mostrando caminhos para solução de variadíssimos problemas de ordem social, tais como, a forma cheia de engodos como estamos a ser governados desde o pedestal mais alto até ao mais baixo. Um ciclo vicioso e nauseabundo crónico, que não sei como mais fazer para ver melhorar. Não vou abordar os campos da fé porque governar não é presidir uma missa. Até porque quem nos governa não se chama Papa e seus adjuntos não fazem o conjunto de um clerigo apostólico. Logo a fé não é aqui chamada.


Já não existe no país, e repito, no país um jovem consciente patriota que não esteja ligado a uma célula política partidária. É um grande erro estar a alimentar essas células políticas tais como JMPLA e JURA. Por mim deveriam ser extintas e passarmos a falar em meritocracia intelectual para englobar todos os angolanos. Isto é uma clara demostração de que, na maior parte das vezes, para se dar bem na vida num país como Angola tem que se ser político partidário, estar ligado a uma rede de amigos que tenham conhecimentos e algum poder nas lides partidárias ou financeiras para assim poder ser chamado para a ribalta. Assim criam-se as redes, ilhotas com influências para que sejam protegidos quando por alguma eventualidade uma abordagem (in)feliz atinja o ego concebido dos poderosos.


E aquele jovem que fala para os mudos? Que pretende manter a sua sanidade mental equilibrada? Uma primeira abordagem deveria ser feita sobre “em quantas” fica o ser jovem em Angola. Diz-se que os jovens de hoje, enquanto o país abana as estructuras eles estão na produção de “memes”, zombando de forma irónica governantes e pessoas ligadas com alguma imagem social, tudo em busca de likes e partilhas. É a tal vontade insana de fazer para aparecer. E nisto temos muitos. Cantores são os maiores causadores desta azáfama.


Como é que o jovem vai abordar assuntos com alguma produtividade quando nas estatísticas de quem governa ele não é tido nem achado? Todo aquele que escreve quer ser lido e aquele que fala quer ser ouvido. A capacidade para falar para mudos não é extensiva.


Parece que ser “jovem” em Angola é “obrigatoriamente” ser parte integrante de uma organização política partidária. Só assim serás visto, tido e achado. E mesmo assim olha lá. Não vá pensar que por seres um deles já estás apto para tecer opiniões de melhoramento de uma nação, pelo contrário: Acabas por limitar tuas abordagens porque neste país o que os “jovens” mais sabem fazer é ceder o intelecto em troco de satisfação estomacal deles e dos seus.


Em Angola não é fácil ser jovem quando só se é pessoa e mais nada. Se não morres de trombose ou cirrose, acabas numa psiquiatria desequilibrado mentalmente. Ou fazes parte de um “canal” para viver ou continuarás a conjugar o verbo sobreviver até um dia a morte bater-te as portas.