Benguela - É do conhecimento público a ocorrência que teve lugar no dia 14 de Maio de 2020, por volta das 09 horas, onde um adolescente de 14 anos de idade, que respondia pelo nome de Mário Palma Romeu, foi morto a tiro na cabeça por um agente da Polícia Nacional na Praça das Tombas no Bairro do Casseque Macau em Benguela.

Fonte: OMUNGA

É mais uma intervenção da Polícia Nacional que na tentativa de colocar a ordem e a tranquilidade no seio da população acaba fazendo mais uma vítima mortal.


Tem sido prática recorrente desde que se deu início ao Estado de Emergência, neste momento os números falam por si. Já são contabilizados cerca 8 vítimas mortais em todo país, por causa da actuação da polícia no contacto directo com os cidadãos na vigência do Estado de Emergência.


O caso do adolescente acima referenciado, que foi a enterrar no passado dia 16 de Maio no cemitério do Catengue em Benguela.


Por sua vez, o comando provincial da Polícia em Benguela assumiu a caixa (urna), e os familiares assumiram o boletim de óbito. A nível da alimentação o Comando Provincial fez chegar a família: duas caixas de massa, saco de feijão, uma caixa de óleo e dois sacos de fuba, outros gastos inerentes a realização do óbito a família teve que assumir.


“No entender da família o Comando Provincial da Polícia deveria assumir tudo ou então a família do agente que causou a morte do filho, até ao momento temos a registar o comportamento de ausência e abandono por parte das autoridades”, disse a mãe do falecido.

Contrariando as declarações do Sub-Comissário da polícia nacional quando falava em conferência de imprensa do dia 20 do corrente mês, sobre os trabalhos das forças, ordem e segurança no cumprimento do decreto presidencial sobre o Estado de Emergência.


Neste momento a família prepara-se para o encerramento do óbito ou comba conforme os hábitos e costumes da terra, foi assim, que se dirigiram ao Comando Provincial a solicitar o apoio para efectuar o comba, infelizmente as respostas não têm sido favorável, o que deixa a família cada vez mais consternada e em desespero total perante esta situação.


Perante este cenário de abandalho a família pede que se faça justiça, mesmo que não trará o filho de volta, pelo menos seja responsabilizado o agente que tirou a vida do Mário Palma Romeu.


Para a OMUNGA começa a ser preocupante a retórica dos comandantes da polícia nacional quando vêm a público para esclarecer os excessos da sua corporação alegando sempre a figura da legítima defesa, sem que no entanto, se faça uma investigação no sentido de apurar os factos tal como aconteceram. O que não é bom para um país que se quer democrático e de direito.


Sendo assim, pedimos encarecidamente a Comissão Multissetorial no sentido de prestarem maior assistência à família do Mário Palma Romeu e outras que eventualmente passam pela mesma situação.


João Malavindele Manuel

Director Executivo