Luanda - Os anos de 1979 - 1991, foram os anos mais sangrentos da história da UNITA, portanto, foram os anos da purga na UNITA. Jonas Malheiro Savimbi, "ditador da Jamba" como dizia o ex-presidente José Eduardo dos Santos, disfarçado em democrata, mandava torturar e depois assassinar todos aqueles que discordavam de si, quer estratégica, política e pessoalmente.

Fonte: Club-k.net


Com o objetivo de poupar o seu armamento, muitas vítimas viram seus corpos queimados na fogueira, na altura, Savimbi assistia pessoalmente o massacre por ele orientado e quando alguém ainda em vida - com queimaduras no corpo, conseguisse sair do interior da fogueira, matava - o disparando com a sua própria pistola, diz o historiador Emídio Fernando.


Jorge Ornelas Sangumba que detinha a pasta das relações exteriores em 1969, colocado em Lusaka durante muito tempo, homem que fez a ligação entre a UNITA e o poder Zambiano, foi morto por ser descendente de uma família tradicional influente porque Savimbi via - lhe como obstáculo no caminho por temer que um dia chegasse ao poder, por um lado. Por outro lado, por ter discutido com o seu líder acerca das suas opções em 1978, já em 1979, passado pelas prisões durante um ano, foi torturado até a morte. O mesmo aconteceu com um chefe militar em 1983 de nome António Vakulukuta.


Tito Chingunji - homem inteligente "com uma das culturas mais apreciadas na UNITA", em 1979 depois de regressar da China defende a "pureza ideológica" da UNITA, Savimbi o acusa de ter sido teleguiado e com essa reserva, também o acusa de ter tido "encontros românticos com a sua esposa Ana Isabel", foi julgado sem nunca ter sido ouvido para apresentar a sua versão, enfim, assassinado em 1991.


Todavia, amigo e cunhado de Tito Chingunji, Wilson Fernando dos Santos foi morto pela segurança de Savimbi, acusado de conspiração e tentativa de golpe de Estado, como ainda, de conluio na relação amorosa de Tito Chingunji com a sua esposa Ana Isabel Savimbi, a então acusação de golpe de Estado, nunca chegou a ser comprovada.


Uma outra nota, o general Samuel Chiwale fruto das "paranóias" de Savimbi, acusam - no de ter traído a UNITA e o seu líder, como consequência foi espancado depois de três horas de interrogatório feito pelo próprio Savimbi.


Geraldo Nunda, Eugénio Manuvakola, Demóstenes Chilingutila, Bock (que mais tarde chegou a ser morto) e Arlindo Pena escapam à morte nas diversas purgas. Ora bem, as mortes de Mateus Catalayo, Waldemar Chindombo, Alberto Chendovava nunca foram esclarecidas.

O ponto mais alto da purga na UNITA, foram os dias de "setembro vermelho", onde mulheres e crianças, bem como homens, muitos deles inocentes, foram atirados na fogueira acusados de feitiçaria. O jornalista Sousa Jamba no seu livro com o título "os patriotas", confirma o infortúnio acerca da "famosa queimada das bruxas". No entanto, foram vários os cenários menos bons que se viveram na Jamba sob liderança de Jonas Malheiro Savimbi, fundador e primeiro presidente da UNITA.


AG