Lisboa - As autoridades angolanas reclamam que o espaço que acolhe o banco privado “Prestígio” ligado a familiares de Tchizé José dos Santos,  pertence ao Banco de Poupança e Credito (BPC) e que com isso admitem ter já avançado com diligências destinadas a reaver o seu bem imobiliário.

Fonte: Club-k.net

ALEGAM QUE O ESPAÇO PERTENCE AO BPC

De acordo com explicações, ao tempo do Presidente José Eduardo dos Santos, o BPC comprou o terceiro andar do luxuoso edifício “Torre Elysée”, na Rua Rainha Ginga 31, em Luanda, próximo ao Jornal de Angola. Era uma altura em que o então PCA do BPC, Paixão António Júnior,  estava em ascensão política no Comité Provincial do MPLA, tendo decidido que uma parte do andar comprado ficaria com a sua instituição e outra para os interesses do filhos do antigo Presidente da República, que ali fizeram “quartel general” da agência 'Semba Comunicação', até o surgimento do Banco Prestígio.

 

Fontes consultadas alegam que na altura não havia “condições psicológicas” por parte da Direcção de Património (DPA) do BPC em reaver o espaço tendo em conta que,  o seu então PCA, Paixão António Júnior estava a ser proposto, em  2015, para  liderar o futuro Comité de Especialidade dos Empresários, Gestores, Acionistas e Empreendedores do partido (CEEGAEP), na qual teria Tchizé dos Santos,  como sua adjunta.


Em finais do ano passado a Direcção de Património (DPA) do BPC escreveu para o Banco “Prestígio” manifestando interesse de reaver o seu imóvel. A carta terá caído nas mãos de um responsável do “Prestígio” que revelou-se não só surpreendido com o assunto,  como também desconhecedor de que aquele terceiro andar pertencesse ao banco estatal BPC.


Segundo apurou o Club-K, o BPC reuniu-se recentemente,  decidindo que a Direcção de Património (DPA) deveria  voltar a reatar contactos com o Banco “Prestígio” propondo o seu despejo por via de um litígio  ou então o pagamento de renda e respetivos  retroativos  desde o período em que Paixão António Júnior e um ex-administrador João António Freire, decidiram “oferecer” o espaço aos filhos do antigo Presidente.

 

TCHIZÉ DIZ QUE PRESTIGIO PAGA RENDA: EX-DEPUTADA  FALA EM PERSEGUIÇÃO

 

Reagindo sobre o tema em causa, Tchizé dos Santos é peremptória em esclarecer que o Banco Prestígio,  paga renda e que se está  diante de uma perseguição. Segundo a mesma “O Banco Prestígio está em instalações de um acionista que ocupa  metade do terceiro piso” enquanto que  “a outra metade era do BPC” e que “certamente arrendaram ou fizeram parceria aquando da Expansão”.

 

“Ao invés de estarem a apoiar os poucos que ainda continuam a segurar os empregos e a trabalhar pelo país estão a perseguir os poucos que ainda tem o QI no lugar, que ainda tem o complaince no lugar, que estão a se esforçar sendo que o Banco Prestigio é um dos bancos mais elogiados por todos os parceiros e estrangeiros”, comentou a empresária  recomendando que “Ao invés de estarem a apoiar estes empresários estão a boicotar , estão a perseguir para ver se vão para rua mais angolanos, para ver se perdem mais empregos. Só deus na causa”


A operar deste 2015, o Banco Prestigio, é um banco comercial privado fundado pela antiga deputada Tchizé dos Santos. O seu PCA é Tito Abrantes de Mendonça enquanto que a Presidente da Mesa de Assembleia é assegurada pela acadêmica, Maria Luísa Perdigão Abrantes.


Em Março de 2015, Tchizé dos Santos, através de um texto (publicado no portal Angonoticias) explicou que os recursos financeiros para a sua participação de 30% na criação do Banco Prestigio, teve como origem um empréstimo concedido pelo Banco de Negócios Internacionais (BNI), na pessoa  do seu PCA, Mário Abílio Palhares.


A antiga deputada do  MPLA, explicou ainda que Mário Palhares é um amigo de longa data da sua mãe, Maria Luísa Abrantes, e igualmente um dos impulsionadores aos apoios  dos seus projectos iniciais desde o tempo em que o  banqueiro liderou um outro banco privado comercial, o BAI.