Luanda - A Zona Económica Especial (ZEE), em Luanda, já arrancou com o processo de montagem de 3.000 tractores por ano, no quadro de um projecto de instalação de uma linha de montagem financiada pelos Emirados Árabes Unidos.

*Santos Vilola
Fonte: JA

Os tractores, produzidos com 80 por cento da mão-de-obra nacional, são tecnologicamente desenvolvidos e equipados com alfaias agrícolas próprias para o mercado angolano. A unidade industrial aguarda apenas pela inauguração oficial, tendo já produzido os primeiros tractores. Devido à crise da pandemia do COVID-19, a inauguração foi adiada, mas deve acontecer assim que se restabelecer a normalidade.

 

O investimento, estimado em cerca de 100 milhões de dólares, resultou de um memorando assinando entre o Governo angolano, representado pelo Ministério da Agricultura, e os Emirados Árabes Unidos, representado pelo escritório privado do xeque Ahmed Dalmook Al Maktoum, membro da Família Real daquele país, durante a sua visita a Angola, em Dezembro do ano passado, depois de ser recebido pelo Presidente da República, João Lourenço, no Palácio da Cidade Alta.

 

O Ministério da Agricultura pretende, com o projecto, apoiar o desenvolvimento agrícola e promover a mecanização agrícola em Angola. A linha de montagem está a ser implementada na ZEE com o apoio da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX) e dos ministérios da Indústria e da Economia.

 

A perspectiva dos investidores é expandir a produção além dos 3.000 tractores por ano. A instalação da linha de montagem de tractores “Made in Angola” conta com a colaboração entre o escritório privado da realeza daquele país e a multinacional italiana Massey Ferguson.

 

O plano de inclusão da maior força de trabalho local inclui a substituição de quadros expatriados por nacionais, incluídos em cargos executivos e de direcção, através da formação de técnicos. Este é o primeiro investimento do escritório xeque Ahmed Dalmook Al Maktoum em Angola, cujo propósito é apostar na diversificação da economia, reforçar a capacidade industrial e agrícola e promover o emprego.

 

A intenção daquele entidade dos Emirados Árabes Unidos é reforçar a sua aposta no investimento privado em Angola. O escritório do xeque daquele país anunciou que já se encontra numa fase avançada de estudo um investimento em indústrias de apoio à agricultura, nomeadamente para a produção de fertilizantes e pesticidas em território Angolano.

 

Além da linha de montagem foi criado um centro de formação que, no espaço da fábrica, terá as componentes de formação para técnicos de fábrica; formação de agricultores para operação e manutenção dos tractores e alfaias; eum programa de formação de formadores especialistas para que estes possam dar formação em todo o território, evitando a deslocação dos agricultores a Luanda para receber formação.

 

Foi estabelecido igualmente um programa de serviços pós-venda, manutenção e substituição de peças gastáveis. Os contractos de serviço de manutenção de longo prazo e a disponibilidade peças de suplentes no apoio pós-venda são uma parte fundamental do projecto.

 

Foi também estabelecido um programa de substituição de peças importadas. Para tal, encontra- se em marcha um plano de desenvolvimento de fornecedores locais, fomentando o emprego e diversificação da economia, trazendo desenvolvimento da pequena indústria local de longo prazo e diminuindo a dependência das importações.