Luanda - O Conselho de Administração do Banco de Poupança e Crédito (BPC) apresentou esta semana, aos seus colaboradores, o “pacote de compensações e benefícios” enquadrado no seu “plano de recapitalização e reestruturação”, que prevê a extinção de vários postos de trabalho, o encerramento de agências e o perdão do crédito de até 15 milhões de kwanzas contraído por seus funcionários até 31 de Março de 2020.

Fonte: Club-k.net
 
As medidas compensatórias, anunciadas pelo presidente do Conselho de Administração do BPC, André Lopes, vão além das indemnizações previstas na Lei Geral do Trabalho (LGT) e resultam da deliberação do seu corpo accionista, que justificou a “decisão extrema” com a fraca qualidade dos activos do banco e o facto de o mesmo apresentar um “desempenho económico e financeiro negativo”.


 
O BPC, cujos proventos têm sido “insuficientes para cobrir os custos operacionais”, devido à crise de liquidez que se vem agravando ao longo dos anos, prevê, além do perdão de créditos até ao montante global de 15 milhões de kwanzas, a indemnização calculada nos termos da LGT, acrescida de uma compensação financeira de 20% e a concessão de créditos até três milhões de kwanzas, para início da actividade económica” a todos os seus colaboradores que venham a ser abrangidos no processo no plano de recapitalização e reestruturação.

 
“A redução da estrutura de custo implica actuar sobre os custos com o fornecimento de serviços a terceiros, através da renegociação de contratos e dos concursos públicos, redimensionar a estrutura central e a rede de agências, bem como diminuir os custos com pessoal”, disse o PCA do BPC, fazendo o seu enquadramento.


 
Constam também do quadro de compensações e benefícios, cuja primeira fase terá início nos próximos dias, o pagamento de duas acções de formação profissional por cada colaborador e a manutenção do seguro de saúde por mais seis meses.

 
“Perante este quadro de inviabilidade e de insustentabilidade, os accionistas aprovaram o quadro de recapitalização e reestruturação que incorpora, entre outras medidas, a optimização dos custos operacionais, com vista a reverter a actual situação e assegurar o crescimento sustentável da instituição”, justificou António André Lopes.
 

Segundo o PCA, o redimensionamento do quadro de colaboradores vai, agora, ocorrer de forma gradual, devendo ser ajustado à medida que forem implementando as várias medidas previstas no plano de recapitalização e reestruturação e avaliando os seus impactos.

 
Neste sentido, André Lopes anunciou que o redimensionamento da força de trabalho obedecerá às seguintes modalidades: reformas antecipadas, auto searcing dos serviços auxiliares, extinção de postos de trabalho decorrente do encerramento de agências e rescisão contratual por mútuo acordo.

 
Estas modalidades, segundo explicações dadas por André Lopes, visam atenuar os efeitos negativos do plano de recapitalização e reestruturação do BPC, pelo que a sua adopção visou assegurar a “consistência, transparência e objectividade” do referido processo.

 
Nos próximos dias, o BPC começa a encerrar as agências abrangidas, assim como os postos de atendimento. Neste mesmo período serão também extintos os correspondentes postos de trabalho e ter lugar a consequente rescisão dos contratos de trabalho dos colaboradores afectos às unidades de negócios abrangidas.

 
“A eleição das agências e postos a encerrar foi baseada em critérios económicos como: o custo operacional e a rentabilidade, bem como a sua localização, de modo a permitir que os nossos clientes continuem a beneficiar dos serviços através dos postos de atendimento circundantes”, esclareceu.

 
André Lopes considerou como “condições necessárias e incontornáveis para o sucesso do plano de recapitalização e reestruturação”, uma aposta na “qualidade do seu capital humano”, de tal maneira que, reforçou, “em paralelo com as medidas [adoptadas pelos accionistas], o BPC continuará a apostar na capacitação dos seus quadros e nas acções que visam a melhoria da cultura organizacional para o resgate do banco.