Luanda - A Entidade Reguladora da Comunicação Social Angolana (ERCA) condenou gravíssimos abusos de Liberdade de Imprensa por parte do Folha 8 que, por uma questão de respeito ao jornalismo e aos jornalistas, não vou incluir na classe dos jornais. Aquilo é outra coisa que tem mais a ver com extorsão, chantagem e venda de intrigas e calúnias no mais absoluto desprezo pela Lei, a Ordem Pública e o regime democrático. É um caso de polícia. Só persiste e reincide no crime porque existe uma claríssima falta de autoridade do Estado. Mais grave ainda: Alguns crimes cometidos naquelas páginas têm a conivência de órgãos de soberania. É altura de falar claro e destapar, de uma vez por todas, o manto diáfano da fantasia, para que todos tenham acesso à nudez forte da verdade dos factos.

Fonte: Club-k.net

CAMPANHA CONTRA A HISTÓRIA DE ANGOLA

Em 1992, Savimbi rejeitou os resultados eleitorais e regressou à guerra. Nas sangrentas batalhas de Luanda que se seguiram, a direcção da UNITA abandonou precipitadamente as instalações da sua sede no bairro de São Paulo, em Luanda. Ficaram dossiers com documentos altamente comprometedores, que comprovam a existência de um plano para tomar o poder pela força. Mas também uma lista dos seus serventuários na Comunicação Social. Dessa documentação, apenas foram revelados alguns pontos do diário do engenheiro Jeremias Chitunda, vice-presidente do Galo Negro. Se as autoridades fizerem o seu dever, entregam a lista ao Sindicato dos Jornalistas para que a organização de classe tome medidas contra profissionais implicados no assassinato do regime democrático, ainda no ovo.


Em plena guerra após as eleições, aconteceu o mesmo. Savimbi recebeu da Ucrânia, nas pistas do Bailundo e Andulo, toneladas de armamento pesado, desde blindados a canhões de longo alcance. Convenceu-se de que se tornara invencível. Por isso, as Forças Armadas Angolanas já estavam nas ruas do Andulo e o chefe do Galo Negro desfrutava do seu bunker, convencido de que estava seguro. Quando foi avisado do descalabro, fugiu precipitadamente e até deixou o computador ligado! Foi encontrada abundante documentação que comprova as ligações das tropas da UNITA às forças de defesa e segurança do regime racista da África do Sul.


Mas também listas de pagamentos da UNITA a políticos e jornalistas em Portugal. Dos angolanos não revelo nomes. Mas dos portugueses, revelo este: Orlando de Castro. E faço-o apenas porque faz parte da direcção do Folha 8. É um leproso moral que conspurca todos os jornalistas do mundo. Recebia do Jornal de Notícias (Porto) e da UNITA. Beneficiava da protecção do poderoso lóbi do Galo Negro em Portugal. Acabou desmascarado. Ao revelar o seu nome, estou a escrever o que toda a gente sabe. Um vendido desavergonhado. Um retornado rancoroso. Vem da escola dos bufos da Pide. Destila ódio contra o MPLA porque o movimento derrubou o império colonial português. É um colonialista despeitado. E servente da UNITA, absolutamente assumido. Faz sentido a sua presença no Folha 8. William Tonet sabe quem lhe paga por cima e por baixo da mesa.


A reacção do Folha 8 à decisão da ERCA vai ficar nos anais do abuso de liberdade de imprensa. E a impunidade só é possível porque falha a autoridade do Estado. Ou titulares dos órgãos de soberania querem que assim seja. Savimbi ocupou quase todas as províncias, partiu tudo, matou angolanos aos milhares, provocou milhões de deslocados e refugiados, assaltou as minas de diamantes e roubou milhares de milhões de dólares que dividiu com os seus donos de Pretória. Nos documentos apreendidos até vem descrito quais são as percentagens para cada sócio. Um à parte. Alguém tem de explicar à sua filha Nginga que vão ser necessários muitos anos e muitos ladrões para conseguirem roubar tanto como ele. Adiante. Terminada a guerra, foi preciso repor a Autoridade do Estado nas províncias outrora ocupadas pela soldadesca da UNITA. Esse trabalho continua por fazer, na Comunicação Social. Os exemplos são eloquentes.


De repente, o golpe de estado de 27 de Maio de 1977 saltou para o topo da agenda política. O objectivo é muito claro: Poderes públicos e privados uniram-se para destruir a figura de Agostinho Neto. Nas calúnias e insultos ultrapassam largamente a Pide e os propagandistas do colonial-fascismo. Um nazi psicopata que se faz passar por historiador angolano, foi rebuscar aos arquivos da polícia política de Salazar e Caetano as campanhas caluniosas contra Agostinho Neto e o MPLA. Ampliou-as e escreve livros que contêm mentiras delirantes e insultos soezes contra Agostinho Neto, mas também ferindo os heroicos combatentes que libertaram Angola, a África Austral e o Mundo do colonialismo e a sua forma mais agressiva instalada em Pretória: o regime de apartheid.


Albino Carlos, secretário do Bureau Político do MPLA para a Informação deu uma entrevista ao Novo Jornal, três dias depois de aquele periódico ter divulgado um texto de Edgar Valles, onde insulta e faz graves ofensas à figura de Agostinho Neto. O escriba é mentiroso, insultuoso e atenta contra a História de Angola. É um falsário atrevido. Não acredito que em Portugal um órgão de comunicação social aceitasse publicar um texto tão insultuoso contra António de Spínola, Costa Gomes, Ramalho Eanes, Mário Soares, Jorge Sampaio ou Cavaco Silva, antigos presidentes da República Portuguesa após o 25 de Abril de 1974.


Um jornal angolano faz isso com o maior desplante e o dirigente do MPLA responsável pela Informação, concede-lhe uma entrevista, chancelando o seu comportamento criminoso. Assim se percebe a razão pela qual o MPLA se remete a um silêncio cúmplice, ainda que envergonhado, quando Agostinho Neto, que conduziu a luta armada até à Independência e a guerra pela soberania nacional e a integridade territorial até à sua morte, é gravemente injuriado e caluniado por quadrilheiros do banditismo mediático reinante. E pelos golpistas de 27 de Maio de 1977. Estão a preparar novo golpe? Albino Carlos deve saber.


Afirmo: ele sabe! Só assim se compreende que diga isto: “o MPLA e o Governo têm de ser mais ousados no reconhecimento do serviço da imprensa privada”. Alguma dúvida? Albino Carlos também acha que “o MPLA está a viver a sua melhor fase”. Qual MPLA? Também me chocou muito que ele tenha aceitado afirmações do jornalista que o entrevistou e são autênticas barbaridades, propaladas em Portugal pelos lóbis que fazem tudo para derrubar o partido a cuja direcção pertence.


Por exemplo, o escriba que o entrevistou afirma que o MPLA está no poder há 45 anos. Albino Carlos não conhece a história e percurso do seu partido? O escriba põe em causa que Agostinho Neto seja o primeiro presidente do partido. Mas é. O movimento deu lugar a um partido no congresso de 1977. E o primeiro presidente desse partido, por unanimidade e aclamação, foi Agostinho Neto. Albino Carlos é dirigente do partido e não sabe isto? Coisa estranha e nunca vista.


O MPLA só esta no poder desde 2002. Antes, o único poder que teve foi lutar denodadamente pela conquista da Independência Nacional e a partir de 11 de Novembro de 1975, convocar os militantes, simpatizantes, os angolanos patriotas, para defenderem a soberania nacional e enfrentarem as tropas invasoras acobertadas pela UNITA de Orlando de Castro, Tonet e outros assassinos do jornalismo honrado. Albino Carlos não sabe isso? Coisa estranha! Mais grave (parece impossível) ainda. O Folha 8 escreveu que Agostinho Neto é assassino, ditador e esclavagista. O secretário do Bureau Político do MPLA para a Informação divulgou um comunicado onde repudiava o epiteto de traficante de escravos. Truque baixo. Passo a explicar.


Eu jornalista principiante tinha uma pequena qualidade, escrevia bem nas entrelinhas e assim enganava os censores. Acácio Barradas apreciava muito essa minha habilidade. Então é assim: Ainda Albino Carlos não tinha nascido já eu tinha encaixotado a máquina de escrever dissimuladamente. Um exemplo. Escrevo que Albino Carlos é vigarista, ladrão e esclavagista. O MPLA vem a público condenar as minhas calúnias dizendo que ele nunca vendeu sequer a unha do dedo pequenino do pé, de um escravo. Escravocrata? Nunca. Isso era o Pompílio Pompeu do Carpo, Dona Ana Joaquina e tantos outros e outras. Sobre o vigarista e ladrão, nada se diz. Logo, a mentira (Albino Carlos não é ladrão nem vigarista) fica confirmada por quem tinha o dever de repudiá-la. Neste truque asqueroso também colaborou o Jornal de Angola. Dá que pensar!


Recordo agora o genial Ari Barroso, brasileiro, músico, poeta, humorista, cómico, apresentador de televisão. Ele tinha um programa para descobrir novos valores. Um dia apareceu-lhe um concorrente, João Chiado, disposto a cantar o seu samba “Aguarela do Brasil”. Ari ficou de pé atrás. E foi fazendo perguntas ao caloiro. E ele não dava uma para a caixa. Aí o apresentador vociferou: Seu Chiado, você para burro, só lhe faltam as penas! E o caloiro Chiado: Mas burro não tem penas seu Ari. O apresentador: Pois, não está faltando nada.


Nesta campanha que visa destruir a História do MPLA e Agostinho Neto, o seu líder desde 1963 a 1979, até entrou José Eduardo Agualusa, beneficiário dos diamantes de sangue da UNITA e escritor de entretenimento. Já está a pagar o prémio nacional de cultura que lhe deram. Deve ser a primeira vez na História da Humanidade que um sacripanta desavergonhado é distinguido com um prémio por transformar o fabuloso mosaico cultural angolano num produto falsificado nas boticas de Lisboa. O rapazote diz que Agostinho Neto matou milhares de angolanos. Eu digo que Agualusa é um assassino a soldo de Savimbi, ladrão de diamantes, traficante de droga e marfim. Ele mente, eu digo a verdade! Estou disponível para, publicamente, mostrar as provas que tenho, se ele mostrar as provas que tem. Ao Agualusa, para verme só lhe faltam as penas. Prémio pelo seu banditismo, já tem. Obrigado ao Executivo!

Obrigado ao MPLA.