Lisboa – O Banco Nacional de Angola (BNA) reconsiderou da sua anterior posição em declarar falência ao Banco Kwanza Invest (BKI), que tem como principal entusiasta o empresário suíço-angolano, Jean-Claude Bastos de Morais, igualmente notabilizado como “testa de ferro” de José Filomeno dos Santos “Zenú”.

Fonte: Club-k.net

Bastos  dirige  banco - a distância -  por via de um primo 

O “perdão” por parte de José de Lima Massano, surgiu depois de o Banco Kwanza, ter preenchido as exigências do BNA no que concerte ao aumento de capitais. A pedido do accionista Jean-Claude Bastos que se encontra a viver no Dubai, o Presidente da Mesa da Assembleia-Geral, do Bank Kwanza Emanuel Maria Maravilhoso Buchartts convocou uma reunião que teve lugar no dia 20 de Abril de 2020, na qual foi decidido pontos como o “aumento de capital social”, e “Alteração estatutária” do banco.

 

Até a data da reunião, os sócios estavam mentalizados que analisariam sobre uma eventual dissolução da sociedade, nos termos do disposto no artigo 36.º da Lei 12/15 de 17 de Junho (Lei de Bases das Instituições Financeiras), o que daria lugar a nomeação de uma Comissão Liquidatária ou dos Liquidatários, nos termos da lei. A medida foi descartada em função do aumento de capital.

 

Segundo apurou o Club-k, o acionista Jean-Claude Bastos de Morais que esta fora de Angola, foi representando por um primo Sandro Celso de Morais Miguel que exerceu funções de administrador executivo do banco.

 

Fundado em Junho de 2007, o Banco Kwanza que iniciou a funcionar como “Banco Quamtum Capital”, tem como fundadores Jean-Claude de Morais Bastos, José Filomeno de Sousa dos Santos, Mirco de Jesus Martins e Edmilson de Jesus Martins, estes dois últimos filhos do antigo Presidente da Sonangol, Manuel Domingos Vicente.

 

Em 2017 depois de assumir a presidência do Fundo Soberano de Angola, José Filomeno de Sousa dos Santos transferiu as suas acções, na qualidade de maioritário, para o seu amigo Jean-Claude Bastos de Morais, que a data acumulou 84,99% do capital social. A esta altura, já os irmãos Mirco e Edmilson, havia largado o banco.

 

Na sequencia da saída de Zenú, Jean Claude Morais tencionava nomear o seu primo Sandro Celso de Morais Miguel como presidente do Conselho de Administração. A proposta foi rejeitada pelo BNA que invocou falta de competência no visado, uma vez que se trata de um arquiteto sem experiência em banca. Como alternativa, Jean Claude indicou Adriano de Carvalho como PCA, porém, de forma a cultivar lealdade no novo PCA, foi-lhe cedido 4,8% das ações. Presentemente, Jean Claude Morais Bastos passou a ter 80, 20%.

 

Para além de se ter aumentado o capital do banco, fontes em Luanda, entende que a “segunda salvação” passaria pela saída de Jean Claude Morais Bastos da sua estrutura acionista, uma vez que a sua reputação de figura toxica tem prejudicado fortemente esta instituição privada financeira. No inicio do ano foram realizadas aproximações a personalidades interessadas em comprar as ações no banco.

 

O veterano empresário angolano António Mosquito chegou a ser identificado em meios de mercados financeiros, em Angola, como a entidade interessada em comprar participações em posse do “esta de ferro” de José Filomeno dos Santos. Mosquito terá sido preterido, e em campo, segundo apurou o Club-K, estará um empresário não identificado mas que se suspeita ser “testa de ferro” de algum ligado a rede de amizades do governador do BNA, José de Lima Massano.