Lisboa – A empresa egípcia El Sewedy Power é identificada em meios do Ministério da Economia de Portugal como a firma que mostrou melhor proposta para comprar 71% da portuguesa EFACEC por cerca de € 130 milhões de Euros. A referida compra será feita directamente ao Estado Português que recentemente nacionalizou a quota que pertencia a empresaria angolana Isabel dos Santos.

Fonte: Club-k.net

Ligações a governante  angolano causam  “reservas”

Volvidas duas semanas, a operação por parte da El Sewedy Power, está a merecer reservas devido à proximidade que esta empresa egípcia mantêm com o ministro angolano da Energia e Águas de Angola (MINEA), João Baptista Borges.


Baptista Borges é o dirigente angolano que levou a Elsewedy Powers assinar entre 2016 e 2018, sem concurso público, vários contratos com o MINEA para reforço da capacidade de produção de energia eléctrica em Saurimo, no Camama, Cazenga por valores que chegaram a cerca de $ 500 milhões de Dólares Americanos.


Em Agosto de 2018, o novo Presidente da República, João Lourenço, revogou, por despacho que invoca o “interesse público”, um contrato de 33,8 milhões de dólares atribuído aos egípcios da El Sewedy Power pelo anterior Chefe de Estado, ao abrigo da legislação sobre concursos públicos.


Sendo referido na altura, no MINEA que os egípcios estavam a cobrar o preço mais alto de África para este tipo de trabalhos, o que originou vários constrangimentos com a entidade financiadora americana. Tendo sido este mais um “mau negócio” para o Governo de Angola. Esta situação nunca foi investigada, mais uma vez, por alegada falta de interesse político na investigação.


Também na qualidade de titular da Energia e Água, Batista Borges fora o ministro que havia dado pareceres incentivando o antigo Presidente José Eduardo Dos Santos a fazer negócio, em nome do Estado angolano, para a entrada na portuguesa EFACEC. Tentou inicialmente, através da ENDE-EP em parceria com a empresa NIARA, LDA investindo na altura $ 16 milhões de Dólares Americanos que não tiveram qualquer retorno financeiro por incapacidade do MINEA em honrar os compromissos para aquisição da quota e injecção de capital na NIARA/Winterfell no valor total de $ 80 milhões de Dólares Americanos.


Actualmente o Governo de Angola sob liderança de João Manuel Gonçalves Lourenço está a exigir judicialmente a devolução dos $16 milhões de dólares pagos à NIARA/Winterfell e à empresária Isabel dos Santos.

Por agora, as reservas atribuídas as autoridades portuguesas quanto a entrada da El Sewedy Powers, na EFACEC, estão a ser “assombradas” com o surgimento de informações segundo as quais a empresa egípcia foi privilegiada em Angola, e em compensação terão se comprometido em fazer de a Baptista Borges, o seu conselheiro para o desenvolvimento dos negócios na África sub-saariana três anos depois de deixar de assumir funções políticas em Angola.

Segundo apurou o Club-K, as autoridades portuguesas tomaram nota da a proximidade entre a El Sewedy e o ministro angolano João Baptista Borges e por esse motivo “têm atrasado a resposta à proposta da empresa egípcia, procurando obter esclarecimentos complementares, declarações de interesses, incluindo sobre relações privilegiadas e acesso a informações confidenciais através de pessoas politicamente expostas”.

Constituído em 1960, o grupo El Sewedy Power actua no ramo da produção e transformação de electricidade e tem actividade essencialmente em países do Médio Oriente e de África.


Em Junho de 2019, esta empresa egípcia criou uma filial em Luanda, que passou a ser designada por “El Sewedy Energia Angola Prestação de Serviços” com sede no 6 andar do edifício Torres Ambiente, na Rua major Kanhangulo em Luanda. A frente do projecto esta o empresário egípcio Ahmed Hassan Amin Hassan.

Loading...