Lisboa – Veteranos Funcionários da Sonangol reclamam que durante os últimos 10 anos, a Riverstone Oaks Corporation- ROC, pertencente a Manuel Vicente, Orlando José Veloso, e Francisco Lemos Maria ficou com terrenos da petrolífera estatal localizados no bairro Talatona, em Luanda. A cedência era feita por um esquema de “compra e venda” a preços simbólicos e em algumas das vezes a Sonangol  não recebia o dinheiro da venda dos referidos terrenos. As fontes apontam  o caso do Condomínio “Colinas do Sol” detido pela ROC mas construído com fundos públicos.

Fonte: Club-k.net

Colinas do Sol construido com fundos públicos

A reclamação consta de um memorando de antigos quadros da SONIP - Sonangol Imobiliária e Propriedades, na qual o Club-K teve acesso em que os seus subscritores mostram-se disponíveis em colaborar com o Serviço de Recuperação de Activos da Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola, que recentemente abriu o processo (n.º 9/2020-SENRA) destinado a identificar o patrimônio perdido  da petrolífera estatal em mãos de privados.

 

De acordo com as fontes no dia 6 de Junho de 2008, a Sonangol fez um “bom negócio” ao comprar o terreno contíguo ao Condomínio Cajú, no Talatona, por 450 USD o metro quadrado, uma vez, que haviam terremos a serem vendidos a 600 dólares o metro quadrado.

 

Contudo, segundo as mesmas  fontes “Ocorre que em Junho de 2007, menos de um  ano antes da ocorrência deste episódio, a mesma Sonangol, com o mesmo Presidente do Conselho de Administração, Manuel Vicente, e seus colegas Francisco Lemos, na altura administrador para as finanças e Orlando Veloso, na altura, director da Direcção de Engenharia (DENG), venderam a empresa Riverstone Oaks Corporation- ROC, um terreno de 68.253 metros quadrados, situado a Av. Pedro Van-Dunem "Loy", Talatona, (onde foi construído o condomínio Vila Espa e o Restaurante Kymbu), pelo preço de 500 mil dólares, (7,33 dólares o metro quadrado)”.

 

Na mesma altura, a SONANGOL, “fez outra boa promoção à Riverstone Oaks Corporation- ROC, vendendo também a esta empresa, um terreno de 100.000 metros quadrados, no coração de Talatona- sito a Avenida Principal de Talatona- ZR9, pelo valor de 1.050.000 dólares, ( 10,50 dólares o metro quadrado), valor também, muito abaixo do mencionado por Manuel Vicente, - num depoimento público - como sendo o valor de mercado, (600 dólares o metro quadrado)”.

 

“Muitas vezes, os activos imobiliários dessas duas empresas (ROC e SONANGOL) se confundem, visto terem sido geridas por longos anos pelas mesmas pessoas”, e a titulo de exemplo, é citada a  “situação surreal referente a construção do Condomínio Colinas do Sol, de propriedade da Riverstone Oaks Corporation- ROC”, lê-se na exposição  enviada ao Club-K.

 

De lembrar que o Condomínio Colinas do Sol, pertence a empresa ROC Riverstone, e é gerido pela empresa Sun Life Hotelaria, que também pertence a empresa ROC Riverstone, esta, por sua vez pertence ao trio Manuel Vicente, Francisco Lemos e Orlando Veloso.

 

Entre 2006 e 2007, o trio iniciou com a construção do Condomínio Colinas do Sol, sito a Via S7A- Talatona, num terreno de 29.400 metros quadrados, comprado ao Governo Provincial de Luanda. O Condomínio conta com mais de 100 apartamentos, entre T0, T1,T2,e T3, ginásio, bar e 2 restaurantes.

 

A construtora responsável pela construção deste empreendimento, foi a portuguesa Soares da Costa. Trata-se da mesma construtora responsável pela construção do edifício Sede Sonangol, no mesmo período.

 

Fontes ligadas as empresas garantem que, não constam as contas da empresa Riverstone Oaks Corporation-ROC os custos de construção deste empreendimento, pelo que garantem ainda, que os custos destas obras  foram empolados aos custos da construção do edifício Sede Sonangol.

 

“Quem pagou os custos desta obra foi a SONANGOL. A ROC, foi quem encomendou esta obra a Soares da Costa, e a fiscalização da mesma ficou por conta da SIGMA Group, e assim, com o conhecimento e anuência da Soares da Costa, os custos da construção do Colinas do Sol, foram embutidos nos custos da obra da construção da Sonangol Sede”, prossegue  a exposição. 

 

As fontes da SONIP que trouxeram este  assunto ao de cima, aludem que a PGR deve investigar, pelo que advertem que “não será difícil tal constatação”. Os mesmos sugerem que se convide a construtora Soares da Costa, para justificar “os recebimentos pela construção da obra, e fazerem uma auditoria as contas da Riverstone Oaks e Sonangol”.

 

Para fazer fé, nas denuncias feitas, os veteranos  funcionários da SONIP facultaram provas documentais ao Club-K, que também contam fazer chegar a Procuradoria Geral da República para o esclarecimento dos negócios envolvendo a empresa ROC e a SONANGOL. Desde já alertam que este trio de antigos altos responsáveis da petrolífera estatal, tem parte dos seus rendimentos alocados em nome do antigo PCE da SONIP, Orlando José Veloso, numa conta na Suíça concretamente na morada  “Banque Privée BCP Suisse SA- Place du Molard,4 - 1204 Geneva/ Switzerland”.

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