Luanda - Demagogia é um termo de origem grega que significa arte ou poder de conduzir o povo. É uma forma de atuação política na qual existe um claro interesse em manipular ou agradar a massa popular, incluindo promessas que muito provavelmente não serão realizadas, visando apenas à conquista do poder político e ou outras vantagens correlacionadas.

Fonte: Club-k.net

A revolução dos bichos de George Orwell em suas metáforas, ilustra uma série de paradigmas na seara política.Taís como: a conquista e o exercício do poder.


O senhor Sr jones proprietário da granja do solar, foi expulso pelo seus próprios animais, que já não se reviam na forma como o senhor Jones os tratava. Só foi possível graças aos ideais do porco Major, perpetrado pelo seus principais camaradas: Bola de Neve, Napoleão e o garganta.


Os fundamentos que estiveram na base dessa revolta, nas palavras do porco Major era a seguinte: Então camaradas, qual é a natureza das nossas vidas? Enfrentamos a realidade: nossa vida é miserável, trabalhosa e curta. Nascemos, recebemos o mínimo de alimentos necessário para respirar, e os que podem trabalhar são forçados a fazê-lo até a última parcela de suas forças; no instante em que nossa utilidade acaba, trucidam-nos com hedionda crueldade.


Nenhum animal, na Granja do senhor Jones sabe o que é liberdade. A vida de um animal é feita de miséria e escravidão: essa é a verdade nua e crua.


Será isso, apenas, a ordem natural das coisas? Será esta terra tão pobre que não ofereça condições de vida decente aos seus habitantes? Camaradas, mil vezes não! O solo da Granja é fértil, o clima é bom, ela pode oferecer alimentos em abundância a um número de animais muitíssimo maior do que existe.


Só esta nossa fazenda comporta uma dúzia de cavalos, umas vinte vacas, centenas de ovelhas vivendo todas num com uma dignidade que, agora, estão além de nossas imaginação. Porque então permanecemos nesta miséria? Porque quase todo o produto do nosso esforço nos é roubados pelos seres humanos. Eis ai camaradas, a resposta a todos os nossos problemas. Resume-se em uma só palavra– o homem é o nosso verdadeiro inimigo.


O homem é a única criatura que consome sem produzir. Não dá leite, não põe ovo, é fraco demais para puxar o arade, não corre o suficiente para alcançar uma lebre. Mesmo assim, é o senhor de todos os animais. As vacas que aqui vejo aminha frente, quantos litros de leite, terão produzido este ano? E o que aconteceu a esse leite, que deveria estar alimentar bizarrinhos? Desceu na garanta dos nossos inimigos. E as galinhas, quantos ovos puseram este ano, e quanto se transformaram em pintinhos? os restantes foram para o mercado, fazer dinheiro para o senhor Jones, família e amigos. E você porca Quitéria, diga-me onde estão os seus quatros porquinhos que deveriam ser o apoio e o prazer da sua velhice? Foram vendidos com a tenra idade nunca você tornará a vê-los.


Nesse momento houve uma tremenda confusão.


Enquanto o major falava, quatros ratos haviam emergido de seus buracos e estavam sentados nas Patinhas de trás, a ouvi-lo De repente, os cachorros lhes deram, pela presença, e somente devido á rapidez com que sumiram nos buracos conseguiram escapar com vida. O Major levantou a pata e pediu silêncio.

— Camaradas— disse ele— eis ai um ponto que precisa ser esclarecido. As criaturas selvagens, Taís como os ratos e os coelhos, serão nossos amigos ou inimigos? Coloquem o assunto em votação. Apresento a assembleia a seguinte questão: os ratos são camaradas?
A votação foi realizada imediatamente e conclui-se, por esmagadora maioria, que os ratos eram camaradas. Houve apenas quatros votos contra, dos três cachorros e do gato que, depois se descobriu votara pelos dois lados.

Major prosseguiu:


— Pouco mais tenho a dizer. Repito apenas:

Lembrai-vos sempre do vosso dever de inimizade para com o homem e todos os seus desígnios.
Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo, qualquer coisa que ande sobre quatro pernas ou tenha asas é amigo.


Lembrai-vos também de que na luta contra o homem não devemos assemelhar-se a ele, evitais seus vícios. Animal nenhum deve morar em nem dormir em casas nem usar roupa, nem beber álcool nem fumar, nem tocar em dinheiro, nem fazer comércio. Principalmente, já mais um animal deverá tiranizar outros animais. Todos os animais gozam de igualdade. Três dias depois o Major faleceu.


A tarefa de instruir e organizar os outros, recaiu naturalmente sobre os porcos, reconhecidamente os mais inteligentes entre os animais. Salientavam-se, entre eles, dois jovens varrões, Bola de Neve e Napoleão, que o senhor Jones criava para vender. Napoleão era de aparência ameaçadora e pouco falante cujo o olhar deixava os animais com medo.
Bola de Neve era mais activo do que Napoleão, de palavras mais fácil e mais imaginário, porém não gozava da mesma reputação quanto á solidez do carácter. Todos os porcos da fazenda erão castrado.Dentre estes, o mais conhecido era o garganta, manejava as palavras com brilho e, quando discutia algum ponto mais difícil, tinha o hábito de persuadir, era capaz de convencer que o preto era branco.

Esses três haviam organizado os ensinamentos do Major num sistema de pensamento a que deram o nome de animalismo.


Os princípios fundamentais que regulava a Granja dos bichos foram escrito na parede alcatroada em grande letras que podiam ser lidas a metros de distância, não obstante, todos concordaram que os princípios fundamentais eram irrevogáveis.


O leite era somente para os bizarrinhos. as maçãs estavam amadurecidas e a grama do pomar cobria-se de frutas derrobadas pelo vento. Os bichos tinham como certo que as frutas deveriam ser destribuidas equitativamente; certo, porém, chegou a ordem para que todas as frutas caídas e o leite fossem recolhidas e levadas ao depósito das farramentas, para o consumo dos porcos. Alguns bichos murmuraram a respeito, mas foi inútil. Os porcos estavam todos de acordo sobre esse ponto, até mesmo Napoleão e Bola de Neve.

Garganta foi enviado aos outros para dar explicações.


— Camaradas! —gritou.— Não imaginais, suponho, que nós, os porcos, fazemos isso por espírito de egoísmos e previlegio, muito de nós até nem gostamos de leite e de maçã. Eu por exemplo, não gosto.


Nosso único objectivo a essas coisas é preservar a nossa saúde. O leite e as frutas ( está provado pela ciência, camaradas) contém substâncias absolutamente necessária a saúde dos porcos. Nós os porcos somos trabalhadores intelectuais. A organização e a direção desta granja repousa sobre nós. Sabes se os porcos falhassem em suas missões? O senhor Jones voltaria! Jones voltaria! Com toda certeza, camaradas — gritou garganta.


Bola de Neve e Napoleão discordavam sempre em seus planos, até que um dia Napoleão deu um assubiu, ouviu- se um terrível ladrido lá fora e nove cães enorme, usando coleiras entraram latindo no celeiro. Jogaram- se contra Bola de Neve, que saltou do lugar onde estava, mal a tempo de escapar aquelas pressas.


Bola de Neve foi expulso. Calados e aterrorizados, os animais voltaram furtivamente para dentro do celeiro. Logo chegaram os cães latindo. A princípio ninguém podia imaginar onde tenha vindo — aqueles criaturas enormes como se fosse lobos, mas o mistério logo se aclarou: eram os cachorros que Napoleão havia tomado as mães e criado secretamente. Os cães permaneciam junto a Napoleão e notou-se que sacudiam a cauda para ele da mesma forma como os outros cachorros costumavam fazer para o senhor Jones.


Napoleão mudou-se para casa do senhor Jones. Usava as roupas do senhor Jones, e outros bens, mudou os princípios, obrigou os animais a trabalharem mais sobre a supervisão constantes dos porcos.


Napoleão estabeleceu alguns contratos com os fazendeiros vizinhos e comerciantes de leite e ovos.


Bola de Neve foi considerado como traidor e colaborador do senhor Jones, punindo assim com a pena capital quem ousasse falar de Bola de Neve.


Agora já não mencionavam Napoleão como Napoleão simplesmente. Referiam-se a ele de maneira formal, como nosso líder, o camarada Napoleão, e os porcos gostavam de inventar para ele o título tais como: pai de todos os bichos, terror da humanidade, protetor dos Apriscos, Amigos dos pintainhos, assim por diante.


Garganta, em seu discurso, com lágrimas: Napoleão, na bondade de seu coração, no profundo amor que denota aos animais de todos os lugares, mesmo especialmente aos infelizes animais que viviam na ignorância e na escravidão, outras granjas.

Tornara-se usual atribuir a Napoleão o crédito de todos os êxitos. Ouvia-se, frequentemente, uma galinha a comentar para outra: sob a orientação do nosso líder, o camarada Napoleão, pus cinco ovos em dois dias; ou duas vacas, bebendo juntas no açude, exclamar: graças a liderança do camarada Napoleão, que gosto bem tem esta água!


Os princípios foram substituídos por poemas tais como:
oh camarada Napoleão,
Amigo dos órfãos!
Fonte de felicidade!
Senhor do balde de lavagem!
Oh, minha alma arde em fogo quando eu te vejo
Assim, calmo e soberano
Como o sol na imensidão,
Barriga cheia duas vezes por dia

Todos os bichos grande e pequeno dormem tranquilo enquanto tu zelas na solidão.


Napoleão deu uma festa em sua residência e convidou seus parceiros de negócios. Fumavam, bebiam e jogavam xadrez. Porém, as criaturas de fora olhavam de forma discreta, de um porco para um homem, de um homem para um porco e de um porco para um homem outras vezes, mas já se tornara impossível de distinguir quem era homem quem era porcos.

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De acordo o texto em questão, vale lembrar que quando o líder não chega a se colocar em condições de cumprir seus deveres com eficácia, esta omissão frustra os propósitos de seu mandato quase da mesma forma que se os houvesse traído abertamente.


Na verdade, não é glorioso e muito menos elogioso, um líder arrogar-se que sempre trabalha bem, mas cuja a sua produção não se reflete no interesse comum e não dá margem á uma perspectiva futura.

Promete, quando lhe é cobrado reprime, restringe os Direitos e garantias de seu próprio povo.

O poder político cumpre a tarefa que lhe compete, que é gerar o bem da sociedade, quando exercido por aqueles que conhecem a natureza mesma do bem, pois só assim tal poder não se perverteria em mero instrumento de opressão ou conquistas de glórias e riqueza.