Luanda - O Grupo parlamentar do MPLA recusou, render uma “justa homenagem” ao músico Waldemar Bastos, recentemente falecido por doença, em Portugal. A proposta de homenagem, que aconteceria na Assembleia Nacional, partiu do maior partido da oposição conforme descreveu o seu líder Adalberto Costa Júnior na rede social, facebook.

Fonte: Club-k.net

 Músico queixava-se perseguido pelo regime 

“O Grupo Parlamentar da UNITA apresentou uma Declaração à Mesa da Assembleia para ser prestada uma justa homenagem à Waldemar Bastos. Infelizmente o Presidente da Mesa e também da AN não aceitou o agendamento da Declaração e por consequência da homenagem1”, lamentou o Presidente do partido fundado por Jonas Savimbi.

 

Com este acto, a “Assembleia Nacional poderia hoje na sua plenária extraordinária dedicar uma homenagem ao músico angolano Waldemar Bastos”, conforme considerou o consultor Jurídico e coordenador da Plataforma Juvenil para a Cidadania, Walter Ferreira.

 

“A nossa indiferença pelas coisas imateriais revela o caminho que como país pretendemos seguir, não faz sentido tanto cinismo disfarçado em amor”, disse o ativista lembrando que a Reconciliação sem amor entre irmãos da mesma pátria poderá ser apenas um mero exercício de charme político, mas sem uma base que surge da honestidade para se proteger o orgulho Nacional”, disse o ativista

 

Waldemar Bastos viveu durante muitos anos no exilio na sequência de alegada perseguição por parte do regime de José Eduardo dos Santos, por se recusar a apoiar o partido no poder, o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola). “Foram poucas ou nenhumas as vezes em que me deixaram cantar no meu país”, escreveu em 2016 na rede social Facebook, acrescentando que se sentia vigiado “todos os dias, palmo a palmo, pela polícia secreta e ‘bufos’ ao serviço do regime no poder em Angola”.

 

Quando das eleições legislativas de 23 de agosto de 2017 em Angola — as terceiras eleições depois do fim da guerra civil, que puseram termo ao consulado de 37 anos de José Eduardo dos Santos e elegeram como presidente João Lourenço, também do MPLA — Waldemar Bastos considerou “fundamental uma abertura, porque os angolanos têm que viver em liberdade”.

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