Lisboa – As recentes cartas abertas que funcionários do MIREX  fizeram divulgar reclamando falta de atuação por parte do novo ministro Téte António,  são justificadas por um novo cenário interno, segundo a qual o próprio titular da pasta terá se despido  das suas competências dando poderes a terceiros.

Fonte: Club-k.net

Agostinho de Carvalho dos Santos Van-Dúnem “Gugu”, o Secretário Geral do Ministério das Relações Exteriores que com a saída de Manuel Augusto foi citado como estando de saída, é um dos visados nas cartas abertas. Apresentam-no como tendo recuperado o seu poder de influência. Alega-se que o ministro não toma decisão sem o consultar. Van-Dúnem continua em funções cumulativas de director dos recursos humanos e de responsável pelas finanças do Ministério das Relações Exterior.

 

Numa recente carta aberta,  em que o seu autor Balumuka Ngola questiona a autoridade do novo ministro,  é repontado que “são passados mais de 100 dias e da nova gestão nada de concreto, será que estamos em presença de um novo fracasso no MIREX?”.

 

Há poucas semanas, O SG Agostinho Van-Dúnem fez sair um oficio Nr 725/SGMRE/2020 convocando todos os chefes de missões diplomáticas e postos consulares de Angola para uma vídeo confêrencia que seria conduzida pelo mesmo.

 

No seguimento de reparo,  segundo as quais, ele como SG do ministério não tem competências para convocar embaixadores, o mesmo recuou da decisão, e no dia 10 de Agosto fez sair uma outra  circular Nr 48/SGMRE/2020 anunciando que a vídeoconferência por si marcada foi adiada ou remarcada para o dia 18 deste, invocando conflitos de agenda com uma cimeira da SADC.

 

Ao anunciar o reagendamento, Agostinho Van-Dúnem aproveitou comunicar que a vídeo-conferência já não seria com ele. “O Sr. Ministro das relações exteriores deverá presidir a nossa reunião pelo que desejamos ajustar a nossa reunião ao calendário do Sr ministro”, lê-se no documento em posse do Club-K.

 

Em meios que acompanham o assunto,  alegam que o novo ministro terá ficado nas “mãos” do Secrétario Geral, depois deste ter atendido com rapidez a um pedido para introdução de pessoas estranhas ao ministério que, em tempo record, terão sido elevadas a primeiros secretários, e algumas delas nomeadas como consultoras. Dentre as “orientações superiores” do ministro Téte António ao Secretario Geral, estará o enquadramento de um neto do veterano embaixador Bernardo Dombele e um outro pedido por parte do general “Disciplina” das FAA.

 

Em Abril passado, o ministro Téte António nomeou como directora adjunta do seu gabinete Albertina da Glória Cassule Castellana,  que até a data trabalhava no ministério da hotelaria e turismo. Albertina Castellana é atualmente esposa do ministro. Castellana é igualmente citada como uma das personalidades com bastante influência no ministério tendo inclusive por seu intermédio, mediado a colocação de uma jovem como funcionária na  embaixada de Angola em Londres a pedido de um general do regime.

 

Uma outra figura da confiança do ministro que tem exercido  bastante  influencia sobre o mesmo,  é a sua melhor amiga  Isabel Jesus Costa Godinho, a Cônsul Geral de Angola na cidade do Porto, no  norte Portugal. Ambos foram noivos no passado.   Antes do inicio do Estado de emergência em Angola, era dada como certa a nomeação de Mateus Barros José como cônsul em Lisboa. Nos últimos meses  terão registrados  recuos com alegação de que a medida foi “congelada” no seguimento de  influencias movidas por Isabel Jesus Costa Godinho, a favor do  Cônsul “cessante” Narciso Espirito Santos Júnior, de quem  é muita ligada. 

 

Com a notícia da ainda “não exoneração”, o Cônsul-Geral em Lisboa, Narciso Espirito Santos Júnior,  decidiu retomar da sua decisão antiga de afastar funcionários acusados de terem escrito uma carta ao Presidente João Lourenço denunciando descaminho de fundos e outros excessos. Os afastamentos tem sido internamente justificados como sendo orientações do Secretário Geral, Agostinho  Van-Dúnem “Gugu”, no quadro da politica de redimensionamento.

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