Luanda - Com um lápis de cor de escura, rabiscos feitos e refeitos, finalizações negras sobre um branco pedaço de papel recaem todos os intentos e oportunidades que nos chegam à beira. Para um estômago vazio e sem opções qualquer pedaço de peixe seco saberá ao mais paradisíaco manjar celestial.

Fonte; Club-k.net

Quatro décadas e tal de uma história que plasma o pretérito de uma nação independente inventado com contornos duvidosos relegando sobre um quinquagésimo lugar do palco de libertação os verdadeiros heróis de uma luta conjunta onde somente alguns viram galardoados seus feitos. A história nunca foi fiel a si mesma. É um “deus” cruel aquele que, sobre factos vivos, consegue com hipocrisia ao punho, segurando uma caneta, refazer uma vida vivida incontornável.

 

Por falar em hipocrisia quero aproveitar e alvitrar para deixarem de “bater no velhinho”. Velhos hábitos desenhados sobre longos e persistentes palcos não se apagam com uma borracha qualquer e em tão pouco tempo. Num país onde existem professores corruptos e corruptíveis, polícias corruptos e corruptíveis, profissionais de saúde corruptos e corruptíveis não se pode falar seriamente em patriotismo. A lei da sobrevivência egoísta sob olhar impávido e sereno de quem nos devia colocar nos carris com actos exemplares já tomou contornos alarmantes e vergonhosos. Apelamos falsamente a mentalidade para suprir problemas gritantes. Não existe patriotismo em tempo de fome. Isto é muito sério.

 

Karga Eventos não falhou por estupidez mas por falta de humanismo e escrúpulo. Está enraizado desde a profecia do cabritismo. O profeta, todos sabem que é. Governantes temos que sobrevalorizam orçamentos, esposas que fustigam financeiramente seus maridos e filhos que açambarcam “delicadamente” seus progenitores. Um sistema de maus hábitos que já criou radículas musculares piores que a de um embondeiro adulto.

 

Serão necessários anos e anos de limpeza cerebral para acabar com os maus hábitos. Atos singulares devem ser sim tidos em consideração para pluralizar e generalizar a mudança que se almeja. Não é apontando o dedo, vilipendiando o protagonista que vamos alterar o curso. Este caso veio à tona. E os outros? Será que devemos todos aprender a surrupiar com mestria?

 

As pessoas não estão preparadas para alterar o rumo da história bruscamente. Elas continuam renitentes a mudança frutífera por medo de não sobreviverem a mesma.


Atos semelhantes devem ser reportados e veementemente criticados mas não crucificando Judas até porque não foi ele quem morreu na cruz.
Baseado em passados sôfregos vivemos com dúvida falsos presentes desenhando, assim, um futuro que não se sabe inexistente.

 

Essa é a falsa nação que ajudamos a construir usando como pedras de alicerce o egoísmo e a lei da sobrevivência pouco plural pisando com cautela dissimulada o pobre que todos os dias grita com voz muda.

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