Luanda - Há muito tempo, quando miúdo, eu ouvia lá na escola muitas frases do tipo: -“Este país não presta”;

 

-“Não liga, isso é Angola”;

-“Os angolanos não sabem fazer nada”;

“O angolano é incompetente”.

Bom, passados outros tantos anos, já na Universidade, a situação agudizou-se. Comecei não só a ouvir, mas também a experienciar situações anormais. Frases como estas geravam gargalhadas de quase todos da turma. Às vezes, quando o professor [estrangeiro] proferisse palavras injuriosas contra um estudante ou mesmo ao [nosso] país, nós nos limitávamos a sorrir.

Hoje, enquanto profissional noto que aquela [minha] atitude sempre ajudou a criar um falso perfil de Angola e dos angolanos. Não sabia eu na altura o quão prejudicial era. E posso afirmar que muitas destas informações continuam a circular entre as crianças, que mais tarde encarregar-se-ão de transmitir aos seus.


Todos os países têm problemas e o nosso não é excepção. Mas é visível o sucesso de muitos angolanos, seja na literatura, ciência, política, dança, desporto, enfim.


Temos sim, ainda, muitos desafios pela frente. E, certamente que temos de estar todos unidos e sermos bons embaixadores do nosso país, divulgando bons e grandes exemplos.
É estranho ver um pai ou uma mãe ou mesmo um irmão que quando quer repreender alguém de sua família, o faz em público, perante os vizinhos. Tal situação, além de ser anormal, é incomum.


Sejamos todos bons embaixadores de Angola e dos angolanos e, acima de tudo, capazes de “lavar a nossa roupa suja cá dentro [no país].


Este país é de todos nós e a responsabilidade de torná-lo grande e próspero é somente nossa.

Um grande abraço à todos!

Joelson Matos